O sacerdote carmelita orientou a iniciativa, promovida pelo Centro de Espiritualidade dos Carmelitas Descalços, que teve como pano de fundo o “Livro da Vida de Santa Teresa d’Ávila” e como tema “Oração, um caminho da graça”.

Falando para um auditório bastante composto, o padre Agostinho Leal seguiu o guião previamente distribuído, destacando a relação de oração e de amor que Teresa d`Ávila foi aprendendo a ter com Deus e que deverá servir de modelo e exemplo aos cristãos.

Ao longo das várias comunicações, neste dia e meio, foi revelando a importância e o poder da oração na vida da santa carmelita, desde a sua entrada para o convento, passando pela sua conversão ao fim de quase vinte anos de freira, a sua vida mística e a sua morte.

O orador, que explicou que “mística é a ciência da união de amor com Deus”, destacou a importância da permanente formação da espiritualidade. “Pode-se ter formação, frequentar-se vários cursos, mas se se pára na espiritualidade, não vai servir de nada. Há que caminhar, pois o último capítulo da nossa vida só se escreve na eternidade”, destacou o sacerdote.

O padre Agostinho Leal contrapôs a atitude do profeta Samuel à de alguns fiéis de hoje. “Samuel disse: «fala, Senhor, que o teu servo escuta». Muitas vezes, nós dizemos: «cala-te, Senhor, que o teu servo vai falar»”, disse, garantindo que “Deus ama-nos a fundo perdido”.

O sacerdote defendeu ainda que “devemos fazer o bem sem estarmos a pensar se este merece e aquele não”. “Fazer o bem, por amor de Deus”, exortou.
Por outro lado, lembrou ainda que o amor de Deus é certo e incondicional. “Posso não estar enamorado de Deus, mas Ele está, de certeza, enamorado de mim”, assegurou, acrescentando que “a oração está ao serviço da vida” e “é vida”. No entanto, “é preciso podar, queimar, purificar”, observou.

“Hoje a vida é uma correria. Oxalá que, quando tropecemos, caiamos no céu”, concluiu.