Encontro_algarve_livre_petroleoCerca de sete dezenas de pessoas participaram no sábado no “I Encontro Público Algarve – Livre de Petróleo”, em Faro, que serviu para incentivar a participação cívica contra a exploração de hidrocarbonetos e petróleo ao largo da região.

João Eduardo Martins, da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), disse que, ao longo do encontro, foram levantadas várias questões pelos participantes, como o contrato celebrado entre o Estado e o consórcio que está a fazer a prospeção ao largo do Algarve e da costa alentejana, que foi criticado por não prever “contrapartidas claras” para o Estado e para a região algarvia.

“As pessoas estão muito preocupadas com estes problemas e o contrato celebrado com a indústria petroquímica foi um dos assuntos mais discutidos no encontro. Trata-se de um negócio em que o lucro vai para os privados e o prejuízo para o público”, afirmou a fonte em declarações à Lusa após o encontro.

João Eduardo Martins disse ainda que as notícias sobre a exploração ao largo do Algarve e da costa alentejana falam de gás natural, “mas o contrato que foi celebrado com o consórcio que está a fazer a exploração só refere petróleo”.

A Plataforma vai ainda, segundo a mesma fonte, tentar reunir o mais rápido possível o número de 4.000 assinaturas numa petição contra a exploração de petróleo e hidrocarbonetos ao largo do Algarve, para que o assunto possa ser discutido na Assembleia da República por todos os partidos políticos com assento parlamentar.

Outra das preocupações manifestadas no encontro foi a possível ocorrência de um incidente sísmico e as suas consequências ambientais, face a uma exploração de petróleo próxima da costa do Algarve, referiu ainda João Eduardo Martins.

A criação da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) foi anunciada em março, com o objetivo da defesa de uma região sustentável e a oposição à exploração local de petróleo.

Entre as organizações que a constituíram inicialmente estão o grupo informal de cidadão Glocal-Faro, o Movimento Algarve Livre de Petróleo, a Quercus – Associação Nacional de Conservação do Ambiente, a Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves a Peace and Art Society ou a News Loop.

João Eduardo Martins referiu que, atualmente, a PALP “agrega onze organizações” e instituições ambientais e de defesa do património natural e considerou que a participação alcançada neste primeiro encontro foi “muito motivadora para continuar o trabalho contra a exploração de petróleo e hidrocarbonetos” junto às costas algarvias.