Gas_natural_chamaA Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) esclareceu ontem que na costa algarvia apenas se realizam prospeções e pesquisas para saber se há gás natural e ainda não está a ser realizada qualquer extração ou exploração comercial.

O esclarecimento da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) é justificado pelo organismo com notícias sobre a pesquisa de gás no Algarve, mas que falam de exploração, e recorda que o previsto e licenciado para a região “é uma sondagem para verificação da existência de gás natural passível de ser explorado”.

Este posicionamento surge também depois de coletivos ambientalistas e de defesa do património terem constituído a Plataforma Algarve Livre de Petróleo, com o objetivo de defender a sustentabilidade da região e de se opor à exploração de hidrocarbonetos no mar algarvio.

A ENMC referiu, no comunicado, que os trabalhos previstos até ao momento apenas utilizam uma “sonda, a 35 quilómetros da costa e a uma profundidade de 770 metros, que irá penetrar o leito marinho para testar formações geológicas”.

A Entidade frisou que “não irá existir para já qualquer exploração de recursos de gás”, até porque, acrescentou, “não há ainda qualquer confirmação da existência do mesmo” nem capacidade logística para o retirar do subsolo, através “por exemplo de um gasoduto”.

“Se for provada a existência de gás em quantidades passíveis de serem exploradas comercialmente, não é previsível iniciar qualquer exploração de gás antes de 2019, dada a necessária montagem de infraestruturas e licenciamentos e porque, para existir exploração de petróleo ou gás, são necessários previamente um licenciamento especial e uma análise de impacto ambiental”, acrescentou o organismo.

A ENMC anunciou que, a partir de ontem, entrou em funcionamento a sua nova página na Internet e será disponibilizada a informação sobre “todas as atividades de prospeção, bem como as atividades relativas a contratos em execução em Portugal”.

A Plataforma Algarve Livre de Petróleo, que inclui associações como a Quercus – Associação Nacional de Conservação do Ambiente, a Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve, ou a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, já realizou várias iniciativas para incentivar a participação cívica contra a exploração de hidrocarbonetos e petróleo ao largo da região.

Entre as iniciativas estão o “I Encontro Público Algarve – Livre de Petróleo”, realizado em maio, em Faro, e que contou com a participação de cerca de 70 pessoas, ou uma marcha-corrida, organizada no domingo, na praia de Faro, que teve a participação de uma dezena de pessoas e na qual foi distribuída informação para alertar os cidadãos sobre os riscos dessa atividade na costa algarvia.