O novo prior explicou ainda que a sua missão, enquanto pároco, é ajudar os paroquianos a “concretizar o projeto divino revelado ao mundo por Jesus Cristo”. “Tempos difíceis de dificuldades económicas associados a um crescente sentimento de indiferença pela Igreja católica exigem de nós uma enorme capacidade de trabalho e ambição para conseguirmos levar por diante a missão a que nos propomos”, complementou.
O sacerdote, de 33 anos, que advertiu que “a paróquia não é uma sociedade de serviço social, nem uma empresa de prestação de serviços”, desafiou ao testemunho cristão na esperança os novos paroquianos por quem disse procurar “dar a vida sem olhar para trás nem esperar recompensas humanas e efémeras”. “Devemos olhar o mundo com esperança, empenhando todas as nossas capacidades de modo a mostrarmos que ser cristãos no século XXI é algo absolutamente atual e progressista”, afirmou, lembrando que “a paróquia não pode ser vista como propriedade de cada um, mas de todos e com o único objetivo de seguir Jesus Cristo”. “A nossa única disponibilidade deve ser servir a comunidade cristã e não servirmo-nos dela”, alertou.
Em Santa Bárbara de Nexe e Estoi, o novo pároco rejeitou comparações com o padre Júlio Tropa Mendes, antigo prior daquelas paróquias, explicando que o seu “ideal de vida” é “ser igual a Jesus Cristo” e que “só Ele deverá ser o modelo a seguir e a comparar ao iniciar este novo desafio”. “Peço-vos que não vejam em mim um sucessor do padre Júlio Tropa Mendes. Não sou nem farei disso o meu objetivo. Não gosto de comparações e peço-vos que não as façam”, pediu em nome do respeito pela memória do falecido sacerdote, reconhecendo-lhe a capacidade em “aliar a preocupação social aos tempos favoráveis em que se pôde contar com apoios económicos e construir uma obra social que deve ser motivo de orgulho não só dos habitantes locais como de todos os farenses”.
“Todavia não podemos olhar o futuro com a esperança de restaurar o passado e, por isso mesmo, espero que não façam comparações entre o que se passou e o que agora se inicia”, complementou, considerando que “os tempos, a realidade atual e as circunstâncias são diferentes” e que é preciso “acreditar e dar espaço a novas formas de ver o mundo e de trabalhar, sem comparar o que nunca poderá ser comparável”.
O empossado esclareceu ainda que foi ele próprio que quis que o diácono Luís Galante continuasse a colaborar nas paróquias de Santa Bárbara de Nexe e Estoi e iniciasse colaboração em Pechão. “Para além de ser uma pessoa da minha absoluta confiança, é meu amigo de longa data e já trabalhamos em conjunto noutros setores da pastoral diocesana”, afirmou.
O sacerdote, que agradeceu ao padre Firmino Ferro por “toda a dedicação no serviço desenvolvido” na transição desde a doença e morte do padre Júlio Tropa Mendes, garantiu que, apesar de não estar a viver em Pechão e Estoi, estas paróquias não serão um “anexo” na sua vida paroquial. “Dar-lhes-ei tanta ou mais atenção do que à paróquia de Santa Bárbara de Nexe, onde residirei”, prometeu.
Após a leitura da provisão da nomeação do novo pároco, da sua profissão de fé e juramento de fidelidade a Cristo e à Igreja, da entrega simbólica das chaves das igrejas e da assinatura dos autos das tomadas de posse, o vigário geral da Diocese do Algarve destacou a “vasta experiência pastoral” do novo pároco.
O padre Firmino Ferro lembrou ainda o “intercâmbio mútuo” e a “coligação” entre pároco e paroquianos e apelou à “comunhão” entre as duas partes. “É essencial que estejam ambos de mãos dadas, «remando» na mesma direção para levarem para a frente a comunidade. Todos nós somos diferentes, mas complementares e temos um objetivo comum: anunciar o Senhor e vivê-l’O na vida”, exortou, sensibilizando para a necessidade de “formação contínua”.
Com base na provisão de nomeação, o vigário geral evocou nas homilias os “deveres” e as “alegrias” do pároco como o “anúncio da palavra de Deus a todos os fiéis, sem distinções” e “não só aos que vêm à Igreja”, recordando que o prior deve fazer da Eucaristia o “centro de toda a sua vida”. O vigário geral lembrou ainda que entre as “obrigações” do pároco está a “visita aos mais carenciados, necessitados, doentes e famílias, crianças, adolescentes e jovens”. O sacerdote advertiu que “a paróquia não é propriedade pessoal do pároco que nela procede à sua maneira, como quer e entende, mas faz parte da diocese em unidade e comunhão com todos”.
Dirigindo-se aos paroquianos pediu que recebam o novo pároco “como seu legítimo pastor, auxiliem-no no bom desempenho da sua missão pastoral, concorram com os bens necessários à sua sustentação de modo que possa dedicar-se, com maior liberdade de espírito, ao serviço evangélico da comunidade cristã”.
Na paróquia de Pechão, o padre Miguel Neto substituiu o padre Jorge Carvalho, que era pároco daquela comunidade e de Quelfes desde setembro de 2002 e que foi nomeado pároco de Almancil.