O porto de Ayamonte foi o palco da assinatura do protocolo de constituição da eurocidade que junta as localidades do Algarve e da Andaluzia, divididas pelo rio Guadiana, numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Paulo Simões Júlio.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, David Santos, foi o principal impulsionador da eurocidade, na qualidade de presidente em exercício da eurorregião Alentejo-Andaluzia-Algarve, que disse ser “o primeiro reflexo prático” do trabalho desenvolvido desde que assumiu o cargo.
David Santos afirmou que trabalhou no último mês com a Câmara de Vila Real de Santo António e o município de Ayamonte para pôr em prática a eurocidade, a primeira do sul da península ibérica, que vai permitir “a utilização conjunta de diferentes equipamentos em ambos os lados da fronteira”.
Esta partilha poderá ser feita em equipamentos desportivos, de cultura e de lazer que existam de um lado da fronteira e que poderão, a partir de hoje, ser utilizados por cidadãos da outra localidade.
O presidente da CCDR aproveitou a cerimónia para anunciar que o próximo objetivo da sua presidência da eurorregião será o de tornar o rio Guadiana navegável, pelo menos até Alcoutim, o que espera conseguir até ao final do ano, em parceria com as autoridades espanholas.
O presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, considerou que, em tempos de crise e de dificuldades em Portugal e Espanha, a criação da eurocidade com Ayamonte irá dar “resposta aos reptos dos novos tempos” e criar “novas formas de gestão e caminhos para o desenvolvimento”.
O rio Guadiana, que em tempos foi o demarcador da fronteira entre os dois países, foi apontado pelo autarca como um dos fatores que podem ajudar as duas cidades a desenvolver-se.
“O rio tem potencial e está bloqueado por causa do assoreamento”, afirmou Luís Gomes, para quem é necessário desenhar “estratégias que ajudem a afirmar e a promover conjuntamente a região”.
O autarca disse ainda que a presença do secretário de Estado na cerimónia “simboliza a importância que o Governo reconhece a este novo instrumento de nova geração de políticas locais”.
Paulo Júlio afirmou, por seu turno, que “este é um ponto de partida, com um conjunto de intenções e de boas ideias para desenvolver o território”, onde é necessário encontrar estratégias comuns que ajudem ao desenvolvimento em tempos de crise.
Lusa