A equipa da Pastoral Penitenciária da cidade de Faro inaugurou no passado sábado uma exposição itinerante de desenho e poesia da autoria dos reclusos do Estabelecimento Prisional da cidade, muitos deles estrangeiros.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

No fim de semana, a mostra esteve exposta na paróquia de São Luís e hoje passou para a igreja matriz de São Pedro de Faro, onde ficará até 02 de junho.

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A iniciativa, intitulada “É preciso que todas as crianças possam sorrir”, visa celebrar o Dia Mundial da Criança (1 de junho) e sensibilizar a comunidade para a importância dos seus direitos.

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A responsável do Setor da Pastoral Prisional da Diocese do Algarve explicou ao Folha do Domingo que a exposição resultou da proposta à nova direção do Estabelecimento Prisional de realização de um workshop de desenho e escrita com os reclusos. Corinna Cappozzo, que também integra a equipa da Pastoral Penitenciária de Faro, testemunhou que o objetivo foi também fazer chegar o seu serviço a detidos que se autoclassificam como “pessoas agnósticas”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Aquela responsável acrescenta que a direção dos serviços prisionais anuiu desde a primeira hora e os reclusos também se mostraram interessados em participar na atividade que decorreu desde o dia 06 de abril. Corinna Cappozzo considera que o projeto “não só proporciona um meio de reabilitação e ocupação para os reclusos, mas também serve como um poderoso lembrete do potencial transformador da arte e da importância da reintegração social”.

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Aquela agente da pastoral penitenciária explica ainda que o serviço prestado no Estabelecimento Prisional de Faro consiste num encontro semanal, à terça-feira, para “apoio espiritual” e a realização de celebrações no Natal e na Páscoa.

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A equipa – que tem como assistente o cónego Carlos César Chantre e há cerca de um mês passou a contar com duas irmãs missionárias da caridade, popularmente conhecidas como irmãs de Calcutá – é composta só por membros católicos, mas tem promovido o diálogo com as outras denominações cristãs e com outras religiões para que seja também providenciada a assistência religiosa a reclusos crentes, mas não católicos.

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“Temos muçulmanos marroquinos nos nossos encontros e pedimos ao Centro Islâmico de Faro que enviasse um representante para os assistir”, conta Corinna Cappozzo, acrescentando que havendo também quatro moldavos que fazem questão de participar, mas “quase não falam português”, contactaram um padre ortodoxo russo do Patriarcado de Moscovo. “Ele já tinha trabalhado noutros estabelecimentos prisionais, mas precisava de uma ponte com a direção do Estabelecimento Prisional de Faro”, acrescenta.

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“Não vamos lá apenas pelos detidos, mas por toda a comunidade”, prossegue Corinna Cappozzo.

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Relativamente à exposição, a organização sublinha ainda que “a entrada é gratuita” e que “todos são bem-vindos a participar e apoiar” a iniciativa. “Esta é uma excelente oportunidade para a comunidade de Faro se envolver, mostrando solidariedade e apoio aos reclusos que, através da arte, contribuem para uma causa tão nobre”, acrescenta.