A Santa Casa da Misericórdia e as paróquias de Tavira inauguraram no passado dia 31 de maio, nas traseiras da igreja da Misericórdia, na chamada Casa do Despacho, uma exposição intitulada “Devoções Marianas em Tavira” dedicada a Nossa Senhora que ficará patente ao público durante cerca de seis meses.
A mostra resulta de um protocolo estabelecido com as paróquias de Tavira, proprietária das peças expostas, e é constituída por imagens do século XVIII, com exceção de uma do século XVII.
Na sessão de inauguração, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Tavira, Pedro Nascimento, destacou o “caráter cultural e patrimonial” da iniciativa, bem como o seu “interesse histórico”.
A exposição tem entrada paga e o valor do ingresso é de 2 euros. O provedor explicou que a decisão de cobrar entrada prende-se com as “dificuldades” da Santa Casa da Misericórdia para “manter em condições” o património de que dispõe, procurando fazer face às “muitas despesas” relativas a essa manutenção.
O pároco de Tavira destacou que aquela exposição é o “primeiro encontro de sinergias” da paróquia com a misericórdia. “Espero que, no futuro, haja mais parcerias. Estamos disponíveis para todo o tipo de parcerias que sejam motivadoras, para fazer crescer o nome de Tavira, para manter o património e para aumentar o número de visitantes”, desejou o padre Miguel Neto, lembrando que as paróquias de Tavira “não estão fechadas à sociedade”.
O presidente da Câmara de Tavira defendeu que a “memória coletiva das gerações” que a foram edificando deve ser preservada, lembrando que o património “é um legado”. Jorge Botelho recordou que o centro histórico de Tavira tem 21 igrejas, considerando que as mesmas não devem servir apenas para o culto. “As igrejas devem ser visitadas com dignidade, com uma apresentação, com alguma coisa explicada para as pessoas verem”, afirmou, sublinhando a importância de se manter as igrejas abertas.
Enumerando a recuperação realizada e a realizar brevemente pela Câmara de Tavira nas igrejas da cidade, nomeadamente ao nível da pintura e de outras intervenções, o autarca defendeu uma “ação concertada” que possa “fazer por merecer”. “Havia muito onde gastar o dinheiro. Nós gastámos centenas de milhares de euros nestes investimentos que fizemos”, considerou, apelando à criação de projetos.
“Espero que depois do Verão, neste projeto, consigamos criar alguns postos de trabalho para manter uma quantidade significativa de igrejas abertas que não sejam apenas da Câmara para alargar o projeto. Se estiverem abertas, temos turismo. Se estiverem fechado, ninguém cá vem”, acrescentou.
O horário da visita é de segunda-feira a sábado, das 9h às 13h e das 14h às 18h.