Faleceu em Braga na passada quinta-feira, 24 de maio, após doença prolongada, a irmã Eugénia Nogueira Ferreira, de 82 anos, que trabalhou durante cerca de 15 anos no Algarve.

A religiosa da congregação das Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus, que veio para a Diocese do Algarve em 1991, trabalhou nos Serviços Diocesanos de Pastoral e colaborou também com a paróquia de São Brás de Alportel, onde foi catequista, responsável pela liturgia da comunidade de Alportel e animadora de grupos de adultos. Para além disso, nos últimos anos naquela paróquia trabalhou também com a juventude.

No dia 6 de janeiro de 2005 completou 50 anos de profissão religiosa e, na véspera, a diocese algarvia quis assinalar a efeméride com a celebração eucarística, presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, na capela do Seminário de São José, em Faro. A eucaristia ficou marcada por um momento simbólico: a entrega à aniversariante de uma bênção apostólica, concedida pelo papa então João Paulo II.

Na ocasião, a irmã Eugénia Ferreira fez um “balanço positivo” de meio século de doação, mas advertiu que “não foi fácil”. A religiosa recordou que os primeiros tempos vividos na congregação “foram complicados”, pois as irmãs tinham “uma vida pobremente dura”, por causa do espírito de clausura incutido pela fundadora, fortemente influenciada pelas suas origens. Como segredo para conseguir perseverar durante aquele tempo referiu aquela que foi sempre a sua norma: “Viver o hoje, aqui e agora”.

Com vista ao futuro revelou na altura um desejo: “que o meu testemunho no agir, seja coerente com o que se diz da vida consagrada”. “Que não seja uma farsa ou uma mentira para os outros”, sustentou.

Natural de freguesia de São Simão de Litem, pertencente ao concelho de Pombal, na diocese de Leiria, a irmã Eugénia Ferreira testemunhava que desde cedo teve a certeza da sua vocação e que o mais a atraiu foi a adoração eucarística.

Com 12 anos entrou para o colégio da Penha de França, em Lisboa, onde permaneceu até aos 14 anos. Em plena adolescência viveu um período de crise e indecisão e volta para casa dos pais. Ao fim de dois anos, já com 16 anos, frequentou o noviciado em Braga e aos 19 professou.

Ao longo da sua vida trabalhou essencialmente com crianças e jovens, sobretudo nos colégios, internatos, escolas e ATL’s à responsabilidade do seu instituto religioso.

O corpo da religiosa esteve em câmara ardente na igreja da comunidade bracarense da sua congregação e o funeral realizou-se na passada sexta-feira, 25 de maio, tendo sido sepultado no cemitério de Monte d’Arcos em jazigo da comunidade.