Os gibões são primatas originários do sul e sudeste asiático e encontram-se ameaçados pela destruição dos seus habitats, existindo no parque de Lagos uma família desta espécie composta por um casal e duas crias.

Desde o início de março que Renata Mendonça, de 20 anos, observa atentamente o comportamento desta família ao abrigo do projeto de final de curso que está a desenvolver no Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa.

Numa primeira fase, a futura bióloga irá apenas observar e descrever o comportamento geral dos animais, mas a partir de abril espera começar a focar mais a sua atenção em cada um e nas relações entre si.

"A partir do segundo mês vou estudar o comportamento de cada indivíduo em períodos rotativos de meia hora, tendo em conta a interação entre si", disse à Lusa a investigadora, cujo estudo durará três meses.

Segundo a informação que já teve oportunidade de recolher em literatura diversa, Renata Mendonça diz que os gibões são mais acompanhados na primeira fase de vida pela mãe e a partir dos 15 meses passam a estar mais ligados ao pai.

As crias que vivem no zoológico de Lagos têm três anos e meio e um ano de idade, não tendo ainda atingido a idade (entre os seis e os oito anos) em que os descendentes são expulsos do grupo pelos progenitores.

"A fêmea que está em Lagos gerou três crias, mas um macho já foi expulso pelo pai e transferido para um jardim zoológico na Argentina", disse a estudante, acrescentando que os progenitores chegam a ser agressivos com as crias.

Segundo Renata Mendonça, a família de gibões do Zoo de Lagos vive numa espécie de ilha com uma árvore e cordas para poder balouçar e, apesar de estar habituada à presença dos humanos, não interage muito com os visitantes do parque.

Os gibões têm entre 45 e 90 centímetros de altura, sendo a sua característica distintiva longos braços que podem atingir os 70 centímetros, o que lhes permite saltar de árvore em árvore com grande agilidade.

A continuidade da espécie está ameaçada pela destruição do seu habitat para agricultura e comércio de madeira e, em certas áreas, os gibões são procurados pelos caçadores para consumo humano ou comércio.

Inaugurado em novembro de 2000, o Parque Zoológico de Lagos tem 140 espécies de animais e 200 espécies botânicas dos cinco continentes.

O estudo desenvolvido por Renata Mendonça surge na sequência do protocolo existente entre o Parque Zoológico de Lagos e a Associação Portuguesa de Primatologia (APP).

Lusa