Foto © Samuel Mendonça

O selecionador nacional de futebol contou no passado dia 27 de abril, em Faro, que o seu processo de reaproximação à Igreja teve início quando a filha começou a preparação para receber o sacramento do Crisma e se consolidou em 1994, quando fez o Curso de Cristandade.

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“Esse foi o momento de grande viragem da minha vida porque eu descobri um Cristo vivo. Quando conhecemos este Cristo vivo, presente em todos, então as coisas mudam”, afirmou Fernando Santos na palestra que proferiu no Colégio de Nossa Senhora do Alto, promovida pelo núcleo do Algarve da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores.

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O treinador de futebol campeão da Europa disse que, até à experiência proporcionada pelo Movimento dos Cursos de Cristandade, “era um bocadinho convencido” e “presunçoso até”. “Sempre achei que era um bom marido, um bom pai, um bom filho, um bom amigo. E tenho a consciência de que era, mas sempre me faltou um dado e esse dado só o encontrei quando encontrei Cristo: o amor”, afirmou, explicando que “em Cristo” tudo é feito “de uma forma diferente”.

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“A nossa fé é acreditar na ressurreição. O resto é tudo fantasia. Se acreditamos, temos de fazer aquilo que Ele nos pede. O que nos pede é que nós, que encontrámos esta alegria de O conhecer, a levemos aos outros”, sustentou, considerando que um dos problemas dos cristãos “passa muito pela vergonha” de se afirmarem. “Os obstáculos somos nós, muitas vezes, que os criamos. Nós é que, muitas vezes, invertemos as coisas e pensamos que os outros nos estão a criar problemas, quando somos nós. E não conseguimos testemunhar por isso. Temos de nos libertar”, acrescentou, reconhecendo que “não é fácil” dar testemunho.

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“Como é que é ser cristão no futebol? Faz-me muita confusão quando se pergunta isto. Mas as nossas profissões não fazem parte da nossa vida?”, questionou, lembrando que a vida de cada pessoa “é um todo” e não pode ser compartimentada. “Ser cristão é uma coisa natural, é respirar. A nossa fé é isso, é respirar naturalmente, estejamos onde estivermos”, complementou.

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Questionado sobre até que ponto é que a vitória do Euro 2016 reforçou a sua fé, a resposta saiu de modo perentório: “zero!”. “A minha fé não tem nada a ver com o futebol. Tem a ver com futebol na medida em que tem a ver com tudo na minha vida, mas não é fruto do futebol. A minha fé não vai crescer ou diminuir porque ganho ou perco um jogo”, acrescentou.

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Neste sentido, o selecionador de Portugal referiu-se ao sentido do texto que leu após ter ganho o campeonato europeu de futebol, explicando que não pediu a Deus para o vencer. “Pedi que Ele me desse o dom da sabedoria, mas a sabedoria de escutar e não a sabedoria dos sábios. A sabedoria do escutar, a perseverança de não me ir a baixo e a humildade da sabedoria”, afirmou Fernando Santos.

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“Se eu, de manhã quando me levanto, a primeira coisa que faço é evocar o Espírito Santo para me guiar o dia e à noite, quando me vou deitar, o que faço é agradecer todo o meu dia, obviamente era natural que, a seguir a ser campeão da Europa, tivesse agradecido o meu dia. Não podia ter sido de outra maneira”, complementou.

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Depois da palestra, seguiu-se a celebração da eucaristia, presidida pelo assistente espiritual do núcleo algarvio da ACEGE, o cónego Carlos César Chantre, na capela do Colégio de Nossa Senhora do Alto, na qual Fernando Santos participou.