A iniciativa, promovida pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), decorreu no Jardim Manuel Bivar e teve início com a chegada da ‘Chama da Solidariedade’, que saiu na passada terça-feira (2 de outubro) de Santarém rumo à capital algarvia com o objetivo de intensificar a relação entre as instituições nacionais que se dedicam à infância, à juventude, aos idosos, às pessoas com deficiência, nas áreas da saúde, da ação social, da educação e desenvolvimento local.
O archote chegou, trazido por um utente de uma daquelas instituições, que o entregou ao padre Lino Maia, presidente da CNIS, para ser levado ao palco, junto à Doca, onde ficou durante a tarde.
A cerimónia de abertura da Festa da Solidariedade, participada por algumas centenas de pessoas, teve continuidade com a intervenção do presidente da União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social do Algarve. José Carreira revindicou “equidade e justiça social”, considerando que sem estes princípios “não há sentido de solidariedade social”, nem será possível a qualquer Governo exercer a sua missão.
O padre Mário Lino explicou o sentido daquele encontro apesar de reconhecer que “o país não está para festas”. “Nestas circunstâncias falar-se de festa pode parecer muito estranho. Fazer festa pode ser contraproducente mas há razões para fazer festa”, explicou, considerando que as IPSS “são quem, neste momento no país, faz mais e melhor para que as dificuldades sejam menores e não se perca a noção de futuro”. O presidente da CNIS evidenciou ainda que as IPSS mostram que o mais importante são as pessoas e afirmou que o Algarve deve muito àquelas organizações. “Esta é uma região onde as IPSS, mais até do que noutras zonas do país, têm uma enorme atividade. Que seria desta região do Algarve sem instituições com centros de convívio, apoio domiciliário, centros de dia e lares?”, questionou.
O bispo do Algarve disse ver na ‘Chama da Solidariedade’ o “abraço abrangente” do “Portugal solidário”, lembrando a generosidade do povo português para com os utentes das IPSS. “Sabemos como o povo português é de uma generosidade extrema. Mesmo sentindo privações de vária ordem, partilha o pouco que tem com aqueles que têm ainda menos”, lembrou D. Manuel Quintas.
O presidente da Câmara de Faro destacou a indispensabilidade do trabalho das IPSS no contexto do atual momento do país. “Sempre estas instituições tiveram um papel importante na vida social e agora, em que as dificuldades são terríveis, a vossa ajuda e atitude são mais necessárias e urgentes do que nunca”, referiu.
O encontro nacional das IPSS, que contou ainda com uma exposição das organizações participantes para mostrar a natureza da sua intervenção, prolongou-se durante a tarde com atuações de grupos ligados àquelas instituições.
A ‘Chama da Solidariedade’, cujo itinerário passou por Évora e Beja, constituiu a oportunidade para distribuir uma mensagem na qual o presidente da CNIS apelava à solidariedade e salientava o trabalho realizado pelas IPSS.
A Festa da Solidariedade começou em Lisboa, no ano de 2007, e desde então passou por Barcelos, Viseu, Castelo Branco e Santarém.
As associações reunidas na CNIS empregam perto de 200 mil pessoas e servem meio milhão de utentes em Portugal.
Samuel Mendonça