O frei Agostinho Marques de Castro, superior maior da Ordem do Carmo em Portugal, que presidiu não só à celebração eucarística e à procissão que se lhe seguiu mas também ao tríduo preparatório da festa promovido nos três dias anteriores, exortou os membros da Ordem do Carmo de Faro a “mostrar ao mundo que, dando as mãos, podemos ultrapassar os momentos de dificuldade”. “Vivemos num mundo de crise e fala-se muito na crise financeira ou económica mas creio que a grande crise é a de valores. Há pouca justiça e honestidade. É preciso haver mais solidariedade e, como carmelitas ao serviço do povo, temos a missão de mostrar que é possível construir um mundo diferente”, disse.

O sacerdote apelou aos presentes a continuarem em Faro a “bonita história do Carmelo” e a ajudarem a “quebrar a sede de fé e de espiritualidade”, “de mãos dadas com Nossa Senhora”, lembrando que a Ordem Carmelita “sempre se colocou sob a proteção de Nossa Senhora” porque viu nela um “exemplo e modelo de alguém que é guiado pela palavra de Deus e faz da sua vida um serviço aos irmãos”.

O frei Agostinho Marques de Castro lembrou a “profundidade, grandeza e a confiança em Deus” do testemunho de Maria junto à cruz. “Olhando para Nossa Senhora também nos sentimos fortes para continuar a anunciar no mundo que vale a pena acreditar em Jesus e ter fé”, afirmou, referindo-se àquele “dia de alegria para a Ordem do Carmo”, “uma comunidade de muitos milhares de pessoas” que festejaram Nossa Senhora do Carmo. “Somos uma família religiosa espalhada por todos os cantos do mundo, com vários ramos: frades, irmãs, Ordem Terceira, irmãos dos escapulário e outras formas de pertença a esta ordem”, observou o sacerdote carmelita.

O frei Agostinho de Castro lembrou ainda que a ordem carmelita teve origem no século XIII no Monte Carmelo, na Terra Santa, em Israel. “Nasceu de uma pequena comunidade que se reuniu à volta de um oratório dedicado a Nossa Senhora. Ao longo da história, a espiritualidade que presidiu àquelas pessoas, que se reuniram à volta daquela capelinha para contemplar a palavra de Deus, foi-se espalhando por toda a humanidade”, recordou, considerando que “uma coisa simples, quando querida por Deus, torna-se uma grande «árvore»”.

O sacerdote lembrou alguns dos “muitos exemplos de santidade” que a Ordem do Carmo tem. Evidenciando que “muitos dos grandes santos da história são carmelitas”, referiu-se a Santa Teresa de Lisieux, Santa Teresa d’Ávila, São João da Cruz, Santa Teresa Benedita da Cruz, Santa Maria Madalena de Pazzi e São Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira). “É uma grande legião de santos que nos dizem que este caminho carmelita é um caminho especial de santidade que todos devemos seguir”, afirmou, referindo-se à herança carmelita com cerca de 800 anos.

Do programa das festividades em honra de Nossa Senhora do Carmo constou ainda, de 7 a 15 de julho, uma novena de oração.

Samuel Mendonça