A Igreja Católica celebrou no passado 26 de junho a memória litúrgica de São Josemaria Escrivá e o Opus Dei a solenidade do seu fundador.

Na Eucaristia que no Algarve assinalou aquela festividade, o padre Pedro Manuel, que presidiu à mesma ao final da tarde na capela do Imaculado Coração de Maria em Faro, afirmou que “o espírito que São Josemaria recebeu do céu para deixar na terra” “ajuda também cada um a fazer um caminho existencial, pessoal e comunitário de conversão e de santidade”.
Explicando ter revisitado a homilia do fundador do Opus Dei, intitulada “Amar o mundo apaixonadamente”, na qual São Josemaria resume o espírito que difundiu a partir de 1928, o sacerdote destacou que “a dimensão fundamental do espírito da Obra é a santificação do trabalho”.

O padre Pedro Manuel referiu-se à “forma bonita como o Senhor cria o mundo e como coloca o homem no coração dele para o cultivar e guardar”, exortando cada um a “guardar o mundo como obra de Deus, fazê-lo crescer mercê do seu trabalho, mas mercê também da vontade de Deus a respeito da vocação humana”. “Podemos pedir ao Senhor que nos dê uma reta consciência da nossa vocação no meio do mundo, particularmente da vossa vocação laical, como quem cultiva e como quem guarda, sendo que o cultivo e o guardar depende da realidade objetiva que compõe a vida de cada um de vós”, sustentou.
O sacerdote realçou ainda que “uma outra característica fundamental do Opus Dei é a filiação divina”. Nesse sentido, referiu-se à “vocação divina” proposta por Jesus aos discípulos de serem “pescadores de homens”. “Também cada um de vós é chamado a isso, a descobrir na «faina» de todos os dias, a sua própria «faina», o modo como, servindo a Deus e aos homens, nos podemos e devemos «pescar» uns aos outros para o trabalho da sua messe, para a relação pessoal com o Senhor, para a santificação do trabalho e, consequentemente, para a santificação da vida”, desenvolveu.

O padre Pedro Manuel desafiou assim a sair “em busca de algo mais que é a santidade e de alguém mais que são tantos irmãos que, à deriva pelo mundo, esperam encontrar na vida daqueles que se dizem seguidores de Jesus Cristo uma marca de diferença”. “Se assim for, certamente o Evangelho nascerá”, considerou, lembrando que os cristãos de hoje são “herdeiros de uma multidão de homens e mulheres onde hoje se destaca São Josemaria que fizeram da sua vida oportunidade para conduzir tantos também a um caminho mais santo”. “É esta multidão que para todos nós deve ser inspiração à busca de um caminho que nos leve a uma perfeição maior, mas sobretudo a uma surpreendente descoberta diária que é na nossa vida de todos os dias podermos encontrar o verdadeiro caminho para chegar ao céu”, concluiu na celebração em que também teve presente o beato Álvaro del Portillo, D. Javier Echevarría e a beata Guadalupe Ortiz de Landázuri, todos membros já falecidos do Opus Dei.
O Opus Dei foi criado pelo sacerdote espanhol em 1928 com a finalidade de colaborar na missão evangelizadora da Igreja e na difusão da visão cristã no mundo. Josemaria Escrivá de Balaguer nasceu em 1902 e faleceu em 1975, tendo sido canonizado pelo papa São João Paulo II a 6 de outubro de 2002.
O Opus Dei é uma prelatura pessoal da Igreja Católica – figura pastoral prevista no Concílio Vaticano II – que “sensibiliza” os cristãos para a importância religiosa da “vida corrente do dia-a-dia, na família e no trabalho”, e oferece uma proposta formativa, teológica, espiritual e apostólica, que passa por retiros, aulas de formação, círculos sobre temas de vida cristã, e acompanhamento espiritual pessoal.