Cuca Roseta, Carminho, Ana Moura e Carlos do Carmo são os nomes do cartaz do Festival de Fado que se realiza nos dias 09 e 10 de dezembro, sempre às 22:00, havendo “duas ou três casas de fado com tradição em Lisboa que terão um espaço na Portimão Arena onde acontecerá fado vadio antes, no intervalo e no final de cada espetáculo”, adiantou Carlos Veloso.

“Em Portugal faz-se festival de tanta coisa e não há um de fado, tanto mais numa região onde não é possível ouvi-lo com a mesma frequência que em Lisboa e até pelos turistas, nomeadamente nórdicos, que continuam a marcar presença no barlavento algarvio”, atestou.

Cuca Roseta que lançou este ano o primeiro álbum, produzido pelo argentino Gustavo Santaolalla, e Ana Moura, cujo último disco, “Leva-me aos fados”, já é duplo platina, atuam no dia 09 e, no dia seguinte, cantam Carminho e Carlos do Carmo.

Carminho distinguida em 2007 com o Prémio Amália Rodrigues Revelação, editou o primeiro álbum em 2009, no qual revisita repertórios de Beatriz da Conceição e Fernando Maurício, entre outros, ao lado de temas da sua autoria e outros inéditos, nomeadamente assinados por Diogo Clemente.

Carlos do Carmo, porta-voz da candidatura do fado a Património da Humanidade, tem uma carreira de cerca de 50 anos, deu voz a êxitos como “Por morrer uma andorinha”, “Canoas do Tejo” ou “Os Putos”. Em 2007, editou “À noite”, em que interpreta várias melodias tradicionais de fado com poemas contemporâneos de Maria Rosário Pedreira, Fernando Pinto do Amaral, José Manuel Mendes ou Nuno Júdice.

Carlos Veloso disse à Lusa que este “conceito de espetáculo” é uma aposta da sua produtora, orçando o Festival em 300 mil euros e contando “com o grande apoio logístico da Câmara de Portimão”.

Para o produtor “é cada vez mais difícil serem as autarquias a suportarem todos estes custos e cabe à iniciativa privada arriscar”.

O atual cenário de crise, segundo o produtor de espetáculos, “irá reajustar o mercado nacional”.

“Já se sente a crise e esta vai reajustar o mercado, um reajuste que estava aliás a ser necessário pois estávamos a atingir preços de artistas, tanto nacionais como internacionais, incomportáveis para a nossa realidade”, afirmou.

Segundo Carlos Veloso, este cenário de crise “irá levar o público a escolher um em vez dos três/quatro espetáculos a que assistia por mês”.

Lusa