Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve presidiu à celebração dos Fiéis Defuntos, na passada sexta-feira, 2 de novembro, no cemitério da Esperança, em Faro, e garantiu que a “melhor oração” pelos falecidos é a caridade.

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“Às vezes esquecemos que a melhor oração pelos defuntos é o bem que fazemos aos outros, é a caridade. Os gestos fraternos, solidários, de amor e de caridade com quem precisa são como uma oração que vai diretamente ao coração de Deus Pai”, afirmou D. Manuel Quintas na eucaristia a que presidiu no cemitério, realçando a importância da “autenticidade de um gesto de amor feito com desprendimento, também por intenção daqueles que já faleceram”.

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O prelado frisou que “a melhor oração para sufragar a alma daqueles que já partiram” são os “gestos de perdão, de paz, de reconciliação, de paciência e de acolhimento” e, sobretudo, aqueles que são “expressão das obras de misericórdia corporais e espirituais”. “O esforço por sermos melhores do que somos também pode reverter em sufrágio daqueles que o Senhor já chamou”, sustentou perante centenas de pessoas que participaram na celebração.

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D. Manuel Quintas começou por se referir ao núcleo central da fé cristã, evidenciado de modo especial naquela comemoração. “O fundamento da nossa fé é que a vida não acaba com a morte, apenas se transforma. E o facto de estarmos aqui hoje e de rezarmos por aqueles que já faleceram é uma expressão da nossa fé”, afirmou, justificando essa certeza. “Jesus, com a sua morte na cruz e a sua ressurreição, mostrou-nos o rosto deste Pai, o rosto de um Deus, de tal modo grande no amor, que nos comunicou uma esperança inquebrantável que nem a morte pode prejudicar, porque a vida de quem se entrega a este Pai abre-se à perspetiva da eternidade”, prosseguiu.

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O bispo do Algarve referiu-se, por isso, à “fé em Cristo ressuscitado”. “É aí que nós vamos buscar a luz, a luz do batismo e a luz da nossa vida”, observou, destacando que “a fé verdadeira é o encontro com a pessoa de Jesus”. “Por vezes acontece que rezamos tanto, até participamos na missa todos os domingos, e às vezes durante a semana, mas não nos encontramos com Cristo. Falta este encontro pessoal, não criamos espaço dentro de nós para acolher a presença de Cristo”, alertou na eucaristia concelebrada pelo vigário geral da diocese algarvia, o cónego Carlos César Chantre, e participada também pelo diácono Rogério Egídio.

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D. Manuel Quintas fez ainda, neste contexto, um apelo à esperança do encontro com Deus. “É esta esperança que a própria morte nos projeta nessa vida sem fim, nessa eternidade”, explicou, constatando que “a esperança que é algo que transforma a vida” dos cristãos.

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A Igreja Católica evoca a 2 de novembro a memória de todos os fiéis defuntos, com muitos fiéis a cumprir a tradição de visitar os cemitérios, onde foram sepultados os seus familiares e amigos, e participar em celebrações religiosas.

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A Igreja Católica deixa aos fiéis, desde 1963, a liberdade de escolher a cremação do seu próprio corpo, embora prefira “a antiga tradição cristã” da sepultação.

A Santa Sé publicou em 2016 uma instrução sobre a sepultura, recordando a proibição de espalhar as cinzas da cremação e a necessidade de conservá-las nos cemitérios ou locais sagrados.

com Ecclesia