As duas fiscais de obras da Câmara de Olhão detidas em abril por suspeitas de corrupção passiva vão ser julgadas por um tribunal coletivo, informou ontem o Ministério Público, que deduziu acusação pelos crimes de corrupção passiva e peculato de uso.
Segundo a acusação, as arguidas, que trabalhavam na secção de fiscalização de obras, terão pedido ao dono de uma obra, em março deste ano, “a quantia de 4.000 euros para não elaborarem autos de contraordenação por situações ilegais que tinham detetado na edificação”, refere um comunicado divulgado pela Procuradoria da Comarca de Faro.
As mulheres, de 41 e 54 anos, detidas em abril, estão desde então impedidas pelo tribunal do exercício de funções e proibidas de contactos ou de frequentarem as instalações da Câmara de Olhão.
A investigação do caso esteve a cargo da Diretoria de Faro da Polícia Judiciária (PJ), que realizou, na altura, buscas domiciliárias e nas instalações da autarquia, ao abrigo da operação “Extranumerário”.
O inquérito foi dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Faro.
A data para o início do julgamento ainda não é conhecida.