O investigador brasileiro Thiago Lopes Rocha, aluno de doutoramento na Universidade do Algarve, venceu a 5.ª edição do Prémio Fluviário – Jovem Cientista do Ano, relativa a 2014, anunciou hoje a entidade promotora do galardão.
O galardão instituído pelo Fluviário de Mora, no distrito de Évora, distingue anualmente um aluno (de licenciatura, mestrado ou doutoramento) que tenha publicado, como primeiro autor e no ano do concurso, um artigo sobre a temática da conservação e biodiversidade de recursos aquáticos continentais (estuários e rios).
O vencedor da 5.ª edição é aluno do Doutoramento em Ciências do Mar, da Terra e do Ambiente, especialidade Ecotoxicologia, no Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve (UAlg), ao abrigo de um programa existente no Brasil.
Sob orientação de Maria João Bebianno, Thiago Rocha candidatou-se com uma publicação sobre a investigação científica que desenvolve nas áreas da poluição aquática, nomeadamente a nanoecotoxicologia, a toxicologia aquática e biomarcadores (ou marcadores biológicos) da poluição aquática.
O artigo, assinado também por outros investigadores, foi publicado em 2014 na revista da especialidade Marine Environmental Research.
Em resumo, segundo o Fluviário de Mora, no campo da biologia e das ciências biomédicas “existe cada vez mais uma aplicação para a utilização de nanocristais menores do que 10 nanómetros e com propriedades semiconductoras”, que são “as ‘quantum dots’ mencionadas no artigo”.
“Alguns desses nanocristais especiais são à base de cádmio”, o qual, por sua vez, “tem toxicidade reconhecida a nível ambiental para diversos seres vivos e para o ser humano, inclusive”.
O artigo premiado pelo Fluviário mostra a toxicidade que a exposição do mexilhão-do-mediterrâneo a “quantum dots” à base de cádmio teve sobre esses mesmos organismos.
Nascido na cidade brasileira de Anápolis, a 01 de abril de 1987, Thiago Lopes Rocha é licenciado em Ciências Biológicas e mestre em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal de Goiás, sendo professor da Secretaria de Educação do Estado de Goiás.
Para esta 5.ª edição do galardão que distingue jovens cientistas, o Fluviário de Mora recebeu 14 candidaturas, analisadas pelo júri com base no mérito científico, clareza e qualidade e contributo para a conservação e biodiversidade de recursos aquáticos continentais.
Este prémio foi lançado no 3.º aniversário do Fluviário (a 21 de março de 2010), em conjunto com o respetivo Núcleo de Investigação.
O equipamento, propriedade da Câmara de Mora e aberto desde março de 2007, foi pioneiro na Europa e simula o percurso de um rio, desde a nascente até à foz, possuindo 600 peixes de 70 espécies, além de várias lontras.