A Igreja Católica celebrou ontem a memória litúrgica de São Josemaria Escrivá e o Opus Dei a solenidade do seu fundador. Na eucaristia que no Algarve assinalou aquela festividade, o padre Pedro Manuel, que presidiu à mesma ao final da tarde na igreja de Nossa Senhora do Carmo em Faro, afirmou que “o que torna diferente a vida de São Josemaria é que ele ensina os seus filhos que devem/podem santificar o trabalho de todos os dias fazendo bem a sua missão”.

“Todos podemos ser santos fazendo bem a nossa missão, a nossa vida corrente. E se quiséssemos dar uma definição à vida santa de São Josemaria poderíamos dizer: o santo da vida corrente”, prosseguiu o sacerdote da Diocese do Algarve, frisando que todos podem “ser santos nas situações mais comuns”. “Basta para isso que cada um tente descobrir qual é o caminho na vida mais comum que o conduz à santidade”, acrescentou.

Prosseguindo na referência à “santificação primeira do trabalho”, o sacerdote considerou que “a novidade de São Josemaria prepara a beleza daquilo que a Igreja viveu anos mais tarde no Concílio Vaticano II porque, ao definir no Concílio a vocação universal de todos à santidade, a Igreja estava, de forma indireta, a reconhecer muito mais do que um carisma, mas sobretudo a evidenciar a beleza daquilo que o Espírito Santo já tinha feito nascer no coração e na vida deste homem”, cuja santidade foi ontem, uma vez mais, celebrada.

O padre Pedro Manuel disse ter sido esta “santidade das pequenas coisas”, que considera fazer “a diferença” “na vivência quotidiana da vida de um cristão”, que descobriu “a partir das referências enviesadas e negativas acerca do Opus Dei que tinha recebido ao longo de vários anos”, quando em 2009 foi convidado por um colega de curso para participar numa recoleção de sacerdotes organizada pela Prelatura. “Diante da ironia que torna cómico o que é santo e, aparentemente, antigo e, ainda, especialmente solene, a santidade aparece muitas vezes retratada como algo anacrónico e até pouco presente no nosso Cristianismo habitual. Como estamos errados! A santidade é, sem sombra de dúvida, o desafio que eu faço a cada bebé quando o batizo ou a cada adulto quando lhe administro os sacramentos da iniciação cristã. A santidade é, por isso, o desafio que cada um de nós tem no seu caminho diário de proximidade com Deus a partir da proximidade aos irmãos”, enfatizou.

“Peçamos, então, ao Senhor que, acrescentando as nossas virtudes humanas para vivermos melhor uns com os outros como irmãos, faça nascer no nosso coração o ardor e o desejo da santidade para que no meio do mundo que, tantas vezes, não nos compreende e até ridiculariza a nossa opção pelo Senhor (inclusivamente em contexto eclesial), sejamos capazes de anunciar com atos aquilo que de forma tão solene, dentro de instantes, diremos com palavras”, concluiu.

O Opus Dei foi criado pelo sacerdote espanhol em 1928 com a finalidade de colaborar na missão evangelizadora da Igreja e na difusão da visão cristã no mundo.

Josemaria Escrivá de Balaguer nasceu em 1902 e faleceu em 1975, tendo sido canonizado pelo papa São João Paulo II a 6 de outubro de 2002.

No sítio online opusdei.org, a prelatura disponibiliza documentação e notícias, ensinamentos e escritos do fundador do Opus Deis, para além de testemunhos sobre a devoção em todo o mundo.

O Opus Dei é uma prelatura pessoal da Igreja Católica que “sensibiliza” os cristãos para a importância religiosa da “vida corrente do dia-a-dia, na família e no trabalho”, e oferece uma proposta formativa, teológica, espiritual e apostólica, que passa por retiros, aulas de formação, círculos sobre temas de vida cristã, e acompanhamento espiritual pessoal.