Francisco_amaralO “divórcio” entre Castro Marim e o rio Guadiana vai ter um fim, com a construção de um cais que vai permitir às embarcações acostar junto à localidade, afirmou o presidente da autarquia.

Francisco Amaral disse à agência Lusa que esta era uma pretensão antiga de Castro Marim, que “não tinha qualquer estrutura que permitisse o acesso de embarcações de recreio ou de pesca à vila”, e com este investimento “deixa de estar de costas voltadas para o rio”.

O autarca reconheceu que a localização de Castro Marim, com uma reserva natural à sua volta que abrange o sapal entre a vila e o rio Guadiana, “levantou muitas questões ambientais” e foi necessário resolvê-las primeiro com o ministério do Ambiente, com a reserva natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António e com a Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve.

“Foi necessário dialogar com a Reserva Natural e com a ARH, temos de ‘partir pedra’, como digo, porque estavam muitas questões em jogo, temos o sapal, temos salinas e muitos interesses ambientais à volta, por isso foi preciso ter paciência para negociarmos e chegarmos esta solução”, sustentou.

O autarca considerou que, além de permitir a chegada de embarcações de recreio, cujos tripulantes contribuem depois para a economia local, o novo cais flutuante vai também permitir apostar no desporto náutico para os jovens do concelho.

“Agora, em Castro Marim conseguimos também criar condições para que as embarcações de recreio possam atracar e para que se possa também fomentar a prática de desportos como, por exemplo, a canoagem junto da população mais jovem”, acrescentou o autarca, sublinhando que o cais vai “aproximar e melhorar o acesso da população ao rio”.

A câmara algarvia anunciou que “o novo cais do rio Guadiana já está em construção”, tendo o autarca precisado que a nova estrutura vai ficar localizada à entrada de um esteiro do rio Guadiana que é atravessado pela ponte que integra a Estrada Nacional 122, entre Castro Marim e Vila Real de Santo António, à entrada sul da vila.

A autarquia precisou, num comunicado, que “o empreendimento surgiu na sequência de um protocolo de colaboração assinado entre a Câmara Municipal de Castro Marim e a Região Hidrográfica do Algarve” e será depois gerido pela Associação de Pesca local.

“O futuro cais flutuante de Castro Marim vai criar as condições adequadas, em termos de acessibilidade e segurança, para o embarque e desembarque dos utilizadores, além de minimizar o fundeamento desorganizado das embarcações ao longo do esteiro”, acrescentou a câmara, uma das 16 do distrito de Faro.

A autarquia referiu ainda que este é “um investimento de cerca de 92.000 euros”, comparticipado em 75% pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça – Portugal/Espanha, e as obras deverão estar concluídas “dentro de um mês”.