Do total de 49 mil euros, recebidos desde a Quaresma (abril) deste ano, provenientes da última renúncia quaresmal dos cristãos algarvios, da contribuição de um mês de ordenado dos sacerdotes do Algarve e de donativos particulares, restam apenas 1925 euros.

No total, a Diocese do Algarve distribuiu 48 mil 104 euros por 68 dos 77 casos que, até ao momento, apareceram a pedir ajuda. Deste valor, 1925 euros foram atribuídos a oito dos casos pela Caritas Diocesana do Algarve, através de verbas provenientes da campanha “Dez Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz de 2011”, que receberam assim um reforço do apoio prestado pelo Fundo Diocesano Social.

Os casos contemplados foram apresentados pelas paróquias de Alcantarilha, Aljezur, Conceição de Faro, Fuseta, Luz de Lagos, Monte Gordo, São Brás de Alportel, Sagres, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Santa Maria de Tavira, São Luís, São Pedro e Sé de Faro, Silves, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António. A estes, juntaram-se ainda outras situações apresentadas pela Comunidade Franciscana de Faro e pela própria Caritas Diocesana do Algarve.

Carlos Oliveira, da equipa de gestão do Fundo Diocesano Social, testemunha à FOLHA DO DOMINGO, que até finais de julho os pedidos de ajuda eram sobretudo provenientes de pessoas individuais e de casais, mas, ultimamente, a situação alterou-se. “Já nos «batem à porta» empresários”, lamenta aquele responsável, explicando que a maioria dos pedidos de auxílio são para “pagamentos de rendas atrasadas, de água, de luz, de gás e de propinas dos filhos”.

Carlos Oliveira reconhece que a ajuda prestada “não pode satisfazer as necessidades das pessoas na sua totalidade” porque “o Fundo Diocesano Social é limitado”. “Há uma equipa que analisa caso a caso, segundo o relatório feito por técnicos credenciados, e depois distribuiu de acordo com as possibilidades do fundo e com as necessidades das pessoas”, explica, garantindo que o apoio não contemplou reincidentes. “Seria injusto não beneficiarmos quem não ainda não teve ajuda e reforçarmos quem já foi ajudado”, afirma.

Uma das condições impostas para receber o apoio, subjacente ao próprio regulamento do Fundo Diocesano Social, é que se verifique a situação de desemprego do beneficiário e, no caso dos casais, que a mesma se verifique pelo menos em relação a um dos seus membros. Carlos Oliveira testemunha que, “grande parte dos beneficiários, para além de estarem desempregados, são pessoas com saúde muito debilitada”.

Os donativos para o Fundo Diocesano Social podem ser feitos através do NIB 001800000617213600178.

Samuel Mendonça