De acordo com Nuno Aires, o crescimento do segmento de turismo de saúde traduz-se já em investimentos concretos, como o primeiro "resort" do Grupo Longevity a abrir no país, e que será inaugurado este mês em Monchique.
O Algarve pode mesmo vir a ser uma das primeiras região do país a consolidar um produto turístico relacionado com a saúde e bem-estar, à semelhança do que já acontece na Polónia, Tailândia, Índia, Malásia e Israel.
"O objetivo é atrair doentes para fazer tratamentos no Algarve aproveitando a oferta hoteleira existente", disse, lembrando as vantagens inerentes ao clima ameno e o facto de a família poder acompanhar o paciente.
Segundo Nuno Aires, a maioria dos SPA de alta qualidade existentes no Algarve (mais de 20) estão associados aos hotéis, embora haja também alguma oferta na área do termalismo e talassoterapia (cura pela água).
A maioria destas estruturas situa-se em hotéis de cinco estrelas situados entre Lagos e Vale do Lobo, em Loulé, sendo que a maior concentração de hospitais privados está na zona de Faro e no eixo Lagos-Portimão.
O desafio passa agora por criar pacotes turísticos conjuntos entre os hotéis da região e os cerca de dez hospitais algarvios cuja rentabilização passa, em parte, pela aposta no turismo de saúde e bem-estar.
Alguns grupos de saúde privados estão mesmo a apostar já em parcerias com hotéis e na promoção da oferta nos principais mercados emissores deste tipo de turistas: Alemanha, Escandinávia, Espanha e Reino Unido, acrescentou Nuno Aires.
Segundo o perfil do turista que procura um destino motivado pela área da saúde, traçado em 2004 para o Turismo do Algarve, existem na Europa três milhões de pessoas que viajam anualmente com essa motivação primária.
Por outro lado, estima-se que sejam de cerca de sete milhões o volume anual de turistas que viajam com outro objetivo mas que acabam por usufruir do produto turístico associado à saúde e bem-estar (motivação secundária).
Estes turistas apresentam um gasto médio diário que pode oscilar entre os 100 e os 400 euros, sendo que mais de 90 por cento das viagens têm duração superior a quatro noites, acrescenta o mesmo estudo a que a Lusa teve acesso.
Lusa