De acordo com o presidente da AHETA, Elidérico Viegas, a “incerteza e ansiedade” são os sentimentos que reinam nos grupos hoteleiros algarvios, considerando que a grande afluência de pessoas pode ainda vir a ser concretizada.

“Esta passagem de ano vai ser o grande teste, o balão de ensaio para o próximo ano. Há muitas vagas nos hotéis, as reservas para os programas de ano novo são poucas, mas até à última hora nunca se sabe”, disse Elidérico Viegas à agência Lusa.

Contudo, o impacto da crise já é visível pelo número de unidades que este ano decidiram estar encerradas e não organizar nenhum evento de fim de ano, um número que Elidérico Viegas não quis precisar mas que, assegurou, “é bastante elevado”.

Apesar disso, de uma ponta à outra da região algarvia estão previstas festas de fim de ano para todos os gostos e carteiras: desde as festas de rua oferecidas por algumas autarquias às galas nos casinos e hotéis de luxo.

Em Lisboa a ocupação hoteleira não regista grandes variações em relação ao ano passado.

Segundo o porta-voz da Associação de Hotelaria de Portugal, Rui Cupido, prevê-se uma taxa de ocupação em hotéis superior a 50 por cento, número que “ronda a mesma linha do ano passado”.

Já a passagem do ano no Casino do Estoril prevê-se que tenha lotação esgotada.

O Salão Preto e Prata vai ter um jantar e ceia de passagem de ano, com um espetáculo de música ao vivo. O preço é de 400 euros por pessoa e faltam preencher poucos dos 724 lugares disponíveis.

De acordo com o diretor geral de operações do Casino do Estoril, Atílio Forte, 80 por cento da lotação está esgotada, número semelhante ao mesmo período do ano anterior.

“O Casino do Estoril tem sempre, por tradição, grandes nomes internacionais e nacionais para a noite de passagem do ano, que geram enorme procura por parte do público e os efeitos da crise acabam por não se fazer sentir”, disse o responsável à Lusa.

Quanto a outro tipo de programa de fim de ano, como as viagens, a Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo (APAVT) informou que a crise reflete-se nos roteiros turísticos escolhidos, “bem mais económicos do que no ano passado”.

“Nota-se o efeito da crise. As pessoas continuam a viajar, mas há uma preocupação evidente em escolher soluções mais baratas”, explicou o porta-voz da associação Paulo Brhem.

No entanto, viagens para São Luís do Maranhão, no Brasil, e para Cabo Verde já estão esgotadas.

Lusa