© Samuel Mendonça
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A Igreja Católica celebrou no passado dia 11 deste mês, o Dia Mundial do Doente. No Algarve, a efeméride foi assinalada com duas celebrações eucarísticas, uma no Hospital de Portimão, presidida pelo bispo do Algarve, e outra no Hospital de Faro, presidida pelo novo capelão daquela unidade, o padre Luís Gonzaga Nunes.

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Lembrando que os “discípulos de Cristo” são “chamados a cuidar sempre dos doentes”, o sacerdote, citando São João da Cruz, advertiu que, “no final da vida, o exame será sobre o amor”. “Não se pode separar a fé da caridade porque a caridade é a fé em ação. E fé sem obras é morta”, sustentou, alertando que “a religião sem caridade” pode chamar-se “beatice”.

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No entanto, o padre Luís Gonzaga Nunes advertiu que os doentes não são apenas aqueles que têm problemas de saúde. “Não há pior cego do que aquele que não quer ver, nem surdo maior do que aquele que não quer ouvir. Continuamos hoje a ter muita gente cega, surda e coxa, embora perfeitamente bem de saúde”, concretizou.

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O capelão do Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa (SAER) do Hospital de Faro lembrou então os que “dão a vida” aos outros “em união com Cristo”. “Dão a vida aqueles que sofrem em união com Cristo, mas também dão a vida aqueles que cuidam dos doentes com amor, às vezes anos a fio”, afirmou, lembrando as pessoas que cuidam de filhos portadores de deficiência. “O amor é assim mesmo. Estas vidas não são perdidas. São gastas mas são ganhas, realizadas. É maravilhoso constatar a dedicação de tantas pessoas em favor dos doentes, às vezes, durante longos anos, com muito carinho”, destacou, lembrando também “tantos profissionais e voluntários que dedicam a própria vida aos outros”.

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Aquele responsável criticou ainda os familiares que descuram o acompanhamento de idosos e doentes. “Em inúmeras situações reparamos que, tendo havido um grande avanço tecnológico alguns familiares se dispensam de acompanhar os seus idosos ou doentes porque isso é lá com o lar de luxo onde estão ou com os profissionais de saúde, com o hospital. Nem os mais sofisticados equipamentos hospitalares, nem o maior luxo de um lar de terceira idade dispensa o carinho de uma visita, uma palavra amiga”, afirmou.

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Do mesmo modo criticou aqueles que, perante o sofrimento, procuram ignorá-lo e fazem dele um “assunto tabu”, lembrando que “nenhum problema se resolve ignorando-o”, e exortou ao “amor” e à “dedicação” ao próximo. “O amor cura. O auxílio aos enfermos não se cinge apenas aos cuidados médicos e de enfermagem. A compaixão e o carinho também ajudam a salvar muitos enfermos”, frisou.

Na celebração, que ficou ainda marcada pela administração da Santa Unção a quatro pessoas, o sacerdote apelou à sensibilização daquele sacramento que foi também administrado a mais dois doentes daquela unidade após a eucaristia.

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No final da eucaristia, o diácono Rogério Egídio, membro do SAER, manifestou a disponibilidade daquele serviço para acompanhar todos aqueles que o solicitarem.

O padre Luís Gonzaga Nunes será capelão do SAER do Hospital de Faro a partir do próximo dia 1 de março, passando também a presidir à celebração eucarística ao domingo às 17h e à terça-feira às 16h na capela daquela unidade. À quinta-feira também estará disponível no mesmo local para atender a quem o desejar no sacramento da confissão.

O 22º Dia Mundial do Doente foi este ano subordinado ao tem “Fé e Caridade: Nós também devemos dar a vida pelos irmãos”, proposto pelo Papa Francisco. A celebração do Dia Mundial do Doente decorre anualmente a 11 de fevereiro, data em que a Igreja Católica celebra a festa litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, por decisão de João Paulo II.