Na celebração das exéquias, presidida pelo bispo do Algarve e concelebrada por vários sacerdotes na igreja matriz de Loulé, D. Manuel Quintas agradeceu a Deus “pelo dom do seu ministério sacerdotal”, exercido particularmente na Igreja algarvia, e por “todo o bem” que o falecido “foi semeando nos muitos anos que viveu entre nós”.
Na homilia da celebração, o prelado, em nome da Igreja algarvia, invocou do “Senhor da vida a feliz recompensa do seu ministério sacerdotal”, exercido primeiro na Diocese de Viseu, a sua diocese de origem, e, desde 1964, no Algarve, onde viveu a maioria dos seus 73anos de sacerdote. “Agradecemos a Deus o dom da sua longa vida e, à Diocese de Viseu, o ter possibilitado a sua vinda para o Algarve”, afirmou D. Manuel Quintas.
O bispo do Algarve lembrou que o presbítero falecido, ordenado a 1 de janeiro de 1939 na sua diocese, “procurou no Algarve, a conselho dos médicos, clima mais favorável para a sua saúde”, opção que se revelou profundamente eficaz, já que veio a falecer com 96 anos”.
D. Manuel Quintas lembrou ainda que o padre José Rodrigues de Almeida “conservou até ao fim dos seus dias o zelo e o entusiasmo apostólico, prestando no lar da Santa Casa da Misericórdia de Loulé o ministério que a sua saúde lhe permitia, particularmente através da celebração e distribuição da eucaristia e do serviço da confissão que o levava, inclusivamente, a atender algumas pessoas idosos ou doentes fora desta instituição e que a ele recorriam”. “O seu ministério girava à volta da Eucaristia que celebrava e distribuía pelos doentes, aos quais associava o sacramento da reconciliação sempre disponível para todos”, complementou, salientando o testemunho do “espírito apostólico” e do “amor à eucaristia e à Igreja” “que o padre Almeida conservou até ao fim dos seus dias”.
O sacerdote, pároco aposentado de Alcantarilha desde maio de 1977, foi também inicialmente pároco de Algoz (1964-1973) e vivia, desde 1998, no lar da Santa Casa da Misericórdia de Loulé.
D. Manuel Quintas agradeceu “reconhecido”, em seu nome pessoal e da diocese aos párocos da cidade, à comunidade das irmãs doroteias e, na pessoa do seu provedor, à Santa Casa da Misericórdia de Loulé e a quantos acompanharam de perto o falecido “com grande solicitude e amizade”.
O prelado desejou que o testemunho da vida e do seu serviço do padre José Rodrigues de Almeida à Igreja algarvia “obtenha do Senhor da messe o dom de novas vocações” para o Algarve. “Vamos ter presente e rezar na nossa oração pelos nossos sacerdotes e também pedir ao Senhor da messe que faça surgir na nossa Igreja mais vocações para o sacerdócio, vida consagrada e missionária”, exortou, lembrando que, no espaço de três meses, a Diocese do Algarve perdeu quatro sacerdotes, dois dos quais num intervalo de oito dias.
“A luz que brota do mistério pascal de Cristo e que, mais uma vez, nos preparamos para celebrar deve levar-nos a afirmar sem reservas a esperança na vida eterna. Se é verdade que a morte implica sempre uma separação, também sabemos que a morte não nos separa do corpo que, com Cristo, formamos”, destacou o bispo do Algarve.
O corpo do padre José Rodrigues de Almeida seguiu para Cemitério de Loulé, onde quis ser sepultado.
Samuel Mendonça