“Queremos dar graças a Deus pela sua vida, pelo seu ministério e pelo testemunho da sua fidelidade a Cristo e ao seu sacerdócio; pela serenidade com que acolheu, viveu e testemunhou esta doença que via também como indicativo de Deus”, afirmou o bispo diocesano na celebração participada por 23 sacerdotes, vindos um pouco de todo o Algarve.
D. Manuel Quintas partilhou o “testemunho de serenidade” do sacerdote falecido perante a certeza da morte, “próprio de quem vive a sua vida com fé, iluminada pela esperança e fez dela um hino de amor e de louvor a Deus”. “«Senhor bispo, todos sabemos que vamos morrer mas não sabemos como, nem quando. Eu já sei do que vou morrer e qual a doença que me conduz a esse dia que só Deus sabe». Disse-me isto com muita serenidade e muita paz que conservou até ao fim”, recordou o prelado, sublinhando a lucidez do padre Manuel Rufino “de que caminhava para realizar, desta maneira, a vontade de Deus”.
O bispo do Algarve lembrou que o sacerdote “recebeu de Deus o dom de celebrar a Eucaristia, e dela se alimentar e distribuir ao povo de Deus”. “Certamente que esta oração de sufrágio pela sua alma inclui este louvor de ação de graças a Deus pelo dom da sua vida, pelo dom da sua presença nesta nossa diocese, pelo dom do seu serviço e ministério”, afirmou D. Manuel Quintas, pedindo também a Deus que a vida do presbítero falecido “seja semente de vocações de consagração na Igreja”, concretamente na Igreja algarvia.
Constatando a numerosa participação de cristãos algarvios, o bispo do Algarve considerou aquela presença “expressão de comunhão eclesial e de apreço” pelos sacerdotes algarvios e de gratidão pelo ministério do padre falecido, exercido ao serviço da Igreja algarvia.
D. Manuel Quintas deixou a sua “bênção sacerdotal e um muito obrigado” a todos quantos, com amor, cuidaram do “bem-estar espiritual e corporal” do sacerdote falecido, que após a celebração, foi sepultado em Faro, no talhão do clero do Cemitério da Esperança.
O bispo do Algarve tinha-se regozijado no passado dia 11 deste mês com a participação do sacerdote falecido na Eucaristia a que presidiu no Carmelo de Faro, na qual realizou a sua promessa um membro do Carmelo Missionário Secular, aquela que viria a ser a sua última aparição em público.
O mais novo de três irmãos, duas religiosas e um sacerdote, agora todos falecidos, o padre Manuel Rufino da Silva era natural de São João da Vila Boa, no concelho de Barcelos. No Algarve foi coadjutor paroquial de Olhão durante quatro anos e pároco de São Marcos de Serra durante 30 anos, de Alte durante quatro anos e de Querença durante um ano. Nos últimos anos colaborou ainda na paróquia de São Pedro de Faro.