Na Sé de Faro, onde decorreu o encontro com mais de 400 responsáveis das paróquias, movimentos e serviços diocesanos, D. Manuel Quintas considerou ser preciso “saber melhor sobre Cristo e a Igreja para viver melhor e testemunhar mais”. O prelado deixou mesmo um “grande apelo” aos católicos algarvios. “Disponibilizai-vos quando os vossos párocos vos convidarem para aprofundar a fé”, pediu.

O bispo diocesano anunciou que, nas quatro vigararias (circunscrições eclesiásticas da qual fazem parte várias paróquias ou quase paróquias), irá funcionar, ao longo de todo o ano pastoral de 2012-2013, uma Escola da Fé, centrada no Catecismo da Igreja Católica e que se baseará muito nas afirmações da oração do credo. O horário de funcionamento deste espaço de formação, que será diferenciado em cada vigararia, está ainda a ser organizado e será destinado apenas aos agentes da pastoral (catequistas, leitores, ministros extraordinários da comunhão, cantores, entre outros), como explicou o vigário episcopal para a pastoral da diocese algarvia, o cónego José Pedro Martins.

A Diocese do Algarve arrancou agora com um Programa Pastoral que se estende até 2017 e que valoriza, em cada ano, uma das constituições do Concílio Vaticano II. D. Manuel Quintas disse que o novo programa resulta “quase” de um “caminho sinodal”, fruto da reflexão do documento da Conferência Episcopal Portuguesa “Repensar a Pastoral da Igreja em Portugal” nos principais órgãos consultivos da Igreja algarvia.

O bispo do Algarve referiu-se igualmente à necessidade de “descoberta de novas formas de exercício do ministério sacerdotal”, outro dos destaques do novo programa. “É importante que nos debrucemos sobre a dimensão ministerial de serviço na Igreja, seja aquela que é exercida através do sacramento ordenado de bispos, padres, diáconos, seja através dos leigos por via do batismo. Quanto mais ministerial for a nossa Igreja, mais viva e fraterna será porque haverá uma corresponsabilidade na transmissão da fé”, alertou.

D. Manuel Quintas começou a sua intervenção lembrando que os algarvios são “herdeiros do dom da fé” e apelou-lhes que sejam “corresponsáveis na vivência, no testemunho e na transmissão deste dom”. “Somos chamados a ser portadores da herança da fé. Faz-nos bem olhar para estas paredes. Elas testemunham-nos a fé daqueles que nos precederam na constituição desta Igreja do Algarve”, introduziu, lembrando ser “ponto assente que o Cristianismo entrou no território que é hoje Portugal, pelo sul, possivelmente por influência das Igrejas do norte de África”.

D. Manuel Quintas lembrou ainda que a Diocese do Algarve e as suas paróquias não agem isoladamente. “Fazemos parte de uma Igreja, a Igreja de Cristo, e, na comunhão com toda a Igreja, somos chamados a testemunhar Cristo vivo”, exortou.

Samuel Mendonça