A Diocese do Algarve apresentou no passado dia 05 deste mês o seu Programa Pastoral para o presente ano 2023/2024 e o seu vigário episcopal para pastoral afirmou que a Igreja algarvia deseja “com todos e sem ninguém excluir, continuar a trilhar caminhos do Evangelho em comunhão diocesana”.

A Diocese do Algarve cumpre o terceiro e último ano do Triénio Pastoral 2021/2024 que tem como tema geral “Renovar pela transformação do Espírito (Ef 4,23)”, neste ano de 2023/2024 acrescentado da expressão “Com todos”, inspirada na que o Papa Francisco proferiu na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa e que ficou com uma das mais marcantes daquele encontro.
Na Assembleia Diocesana que teve lugar em Quarteira, no salão paroquial de São Pedro do Mar, para lançamento do documento programático, o padre António de Freitas disse que neste triénio a Igreja algarvia tem “sabido fazer este caminho, mesmo que com a consciência de que ainda há muito a percorrer ou a fazer; mesmo com a consciência de que ainda falta incluir mais as comunidades e os leigos, não só na avaliação ou no discernimento pastoral, mas também no seu pensar detalhado, na sua execução, na sua decisão e na corresponsabilidade”.

“Fizemos caminho com Cristo e como Igreja diocesana e iremos continuar a fazê-lo”, constatou, exortando os algarvios a continuarem “entusiasmados pelo caminho que já foi possível” fazerem como Igreja diocesana e a animarem-se uns aos outros.

Não obstante também haver “muito a fazer” este ano, o sacerdote advertiu que isso não deve desanimar os cristãos “na liderança no que respeita aos organismos pastorais, sejam eles a nível da diocese, dos Serviços de Pastoral ou Cúria, sejam eles a nível das regiões pastorais ou dos centros evangelizadores, colocando os leigos nos lugares em que, pelo batismo, eles não só têm direito a estar, mas tantas vezes desempenham tão bem a missão que Deus lhes confiou”.

Aquele responsável lembrou que “há mais um ano a percorrer” com “metas e prioridades que ainda precisam de ser trabalhadas”. O padre António de Freitas explicou que o programa deste ano “procurou corresponder ao que se foi refletindo e referindo nalguns organismos da diocese, nomeadamente no Conselho Pastoral e no Conselho Presbiteral”.

Nesse sentido, destacou a formação para ministros extraordinários das exéquias que será oferecida pelo Secretariado Diocesano da Liturgia com um programa de cinco encontros, o trabalho de reflexão e programação sinodal entre a Pastoral Juvenil, a Pastoral Vocacional e Pastoral Universitária, a continuidade de um “trabalho forte” por parte da Pastoral Juvenil, dando continuidade ao caminho percorrido até à Jornada Mundial de Juventude e procurando criar um “trabalho em rede – diocese, regiões, centros evangelizadores e paróquias – em que os coordenadores e líderes sejam os próprios jovens e leigos e não outros agentes mais velhos ou ministros ordenados”, a intenção de dar continuidade e aumentar a oferta de ações ligadas à espiritualidade” e a preocupação com a formação permanente, nomeadamente o “forte empenho” do Secretariado Diocesano da Catequese que aconselhou a “ser bem aproveitado” pelas paróquias.

Por ser o ano em que termina o triénio, destacou ainda a realização da Jornada da Igreja Diocesana, a 18 de maio.

O vigário episcopal para pastoral desejou ainda que “que em todas as paróquias haja uma efetiva a renovação e criação dos Conselhos Pastorais Paroquiais, bem como uma adequada formação dos leigos” que venham a ser envolvidos na criação destes órgãos e exortou à “implementação da corresponsabilidade e liderança pastoral nas regiões, centros evangelizadores e paróquias, usufruindo também para isso uma adequada formação que alguns setores ou secretariados irão também oferecer”.

O sacerdote disse ser necessário “envolver os leigos no modo de pensar e concretizar as colaborações ou trabalhos interparoquiais, sendo que estas devem partir sempre das comunidades mais dinâmicas e maiores em direção às mais pequenas e desanimadas, mas sem as absorver”.

O padre António de Freitas disse ainda que o projeto de reorganização da estrutura pastoral territorial da diocese, conhecido como “nova organização da pastoral paroquial em chave missionária”, “já deve entrar em pleno andamento” neste ano. “Alguns aspetos devem ser atendidos por força daquilo que foi partilhado pelo clero das regiões, pelo Conselho Pastoral e pelo Conselho Presbiteral”, afirmou, acrescentando que “tem de haver um efetivo envolvimento dos leigos no modo de pensar, discernir e concretizar em cada região pastoral, centro evangelizador ou paróquia”.

O sacerdote apelou ainda à realização de “encontros de apresentação porque em muitas paróquias não se sabe ainda do que se trata”. “Tem de haver esclarecimento, mas também diálogo para escutarmos o que os leigos pensam desta proposta, sobretudo para não corrermos o risco de que fique somente na esfera dos ministros ordenados e fique pelo caminho”, advertiu, pedindo “iniciativas concretas” nas três regiões pastorais, centros evangelizadores e paróquias com vista a “uma apresentação clara e um diálogo aberto sobre o projeto e o modo de concretizá-lo, envolvendo o máximo de pessoas e agentes de pastoral”.
Por fim, lembrou que “um programa pastoral está sempre em aberto porque está sempre no dinamismo de abertura ao Espírito Santo e deve adequar-se à possibilidade de cada comunidade”. “Este programa pastoral é um instrumento para caminharmos juntos como Igreja diocesana. Que cada comunidade seja capaz de perguntar a si mesma: «como é que podemos fazer para corresponder, contribuir e colaborar para que o programa pastoral da nossa diocese tenha lugar e concretização na nossa comunidade paroquial?»”, concluiu.
A assembleia foi participada por quase 400 agentes da pastoral, entre sacerdotes, diáconos, religiosos, membros das equipas de departamentos, secretariados e setores dos serviços diocesanos, responsáveis de movimentos e associações e dos Conselhos Pastorais Paroquiais.