Presentes na cerimónia de abertura desta mostra fotográfica estiveram mais de 300 pessoas, membros da comunidade paroquial e visitantes, que se quiseram associar a este evento bastante singular. Dália Paulo, diretora regional de Cultura do Algarve, também participou, tendo destacado a importância da iniciativa, pela sua singularidade, por reunir diversos artistas algarvios, maioritariamente jovens, bem como por este ser mais um dos eventos que revelam o trabalho continuo e pioneiro desta paróquia da Diocese do Algarve, a primeira no país a assinar o protocolo de integração na Rota das Catedrais Portuguesas.

Adriano Costa, André Bôto, Carlos Rocha, Nuno Garção, Samuel Mendonça, Sofia Guerreiro, Sonya, Vera Soares e Vitor Azevedo, alguns dos fotógrafos cujos trabalhos integram esta mostra, explicaram ao público presente as imagens que produziram, resultado das suas próprias interpretações e visões dos vários momentos que marcaram o percurso de 15 estações propostas para esta Via Sacra, baseada no Evangelho de São Lucas.

Desde os momentos vividos por Jesus e seus discípulos no Monte das Oliveiras, passando pelo julgamento de Pilatos ou o encontro com Maria, sua Mãe, terminando no seu sepultamento e ressurreição, visto no encontro com os discípulos de Emaús, todos estes momentos foram trabalhados pelos fotógrafos, sendo possível ver na catedral de Silves diversas perspetivas e representações dos mesmos, passando alguns deles pela representação da natureza, pelo retrato ou outras técnicas.

Todos os fotógrafos presentes foram unânimes na sua satisfação em aceitar este repto do pároco de Silves e em considerar a exposição como “única e muito cativante”. “Este foi um desafio muito interessante e que me motivou bastante”, salientou André Boto, um dos mais reputados fotógrafos algarvios e nacionais da atualidade, que criou uma foto para a estação “Jesus e as mulheres de Jerusalém”. “Procurei criar uma imagem que nos remetesse para a espiritualidade deste lugar e da temática, que nos fizesse pensar em Deus como algo que está acima de nós”, explicou.

A ideia desta mostra nasceu pela vontade de devolver à catedral de Silves a Via Sacra, já que, “durante as obras de recuperação do telhado do templo, as estações que marcavam o caminho de Jesus foram danificadas”, explicou Luis Santos, membro da equipa paroquial da Cultura. Assim, com a inauguração desta exposição, volta a ser possível fazer a Via Crucis tal como acontecia anteriormente, pois “houve a preocupação de colocar as imagens nos mesmos locais onde elas se encontravam, respeitando a memória e a tradição do espaço, embora inovando no conceito”, afirmou, ainda, Luis Santos.

E é já na próxima sexta-feira, dia 2 de março, pelas 21h, que os fiéis da comunidade paroquial de Silves (e todos os que quiserem participar) serão convidados a fazer as suas meditações usando estas imagens como ponto de partida. “Procurarei desenvolver, durante todas as sextas-feiras da Quaresma, meditações diferentes, para que possamos fazer Vias Sacras também diferentes”, explicou o padre Carlos Aquino.

A mostra está acessível ao público que visite a catedral no seu horário normal de abertura.

A Via Sacra da Catedral 2012 conta com o apoio da Direção Regional de Cultura do Algarve, da Rota das Catedrais, da Câmara Municipal de Silves e da FNAC.

Sandra Moreira