Foto © Luís Forra/Lusa

A nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Companheira, em Portimão, um investimento de 13,8 milhões de euros dimensionado para servir 140 mil habitantes, foi inaugurada na terça-feira pelo ministro do Ambiente.

A nova ETAR, com capacidade para tratar um caudal médio de cerca de 32 mil metros cúbicos por dia, “garante, de acordo com os mais elevados padrões de qualidade e fiabilidade e num quadro de sustentabilidade económica, social e ambiental, o abastecimento de água para consumo humano e o tratamento de águas residuais”, informou a Câmara de Portimão.

A construção da ETAR da Companheira, gerida pela empresa intermunicipal Águas do Algarve, ascendeu a 13,8 milhões, cofinanciada em cerca de 9,5 milhões pelo Fundo de Coesão, através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR).

A estação compreende duas linhas de tratamento convencional, constituídas por pré-tratamento completo, homogeneização e equalização de caudais, seguidos de elevação intermédia, tratamento biológico em regime de arejamento prolongado, decantação e desinfeção.

A infraestrutura integrada no Sistema Multimunicipal de Saneamento do Algarve “permite melhorar a qualidade da água na ribeira de Boina e consequentemente do estuário do rio Arade”, sublinhou a autarquia.

O concurso público internacional para a conceção e construção da ETAR da Companheira foi lançado em 2014.

A nova estrutura permitirá desativar a atual, cuja linha processual de tratamento consiste num sistema por lagunagem, que inclui tratamento preliminar (gradagem e remoção de areias) e duas linhas de lagoas em paralelo, seguida de uma única lagoa de maturação comum às duas linhas.
A desativação da estação de tratamento existente é justificada pela necessidade de “cumprir os requisitos de qualidade” estabelecido pela Associação Portuguesa do Ambiente e também pela necessidade de “minimizar ou praticamente erradicar os maus cheiros que se fazem sentir nas imediações da instalação”.

A antiga ETAR servia as populações de Alvor, Mexilhoeira Grande e Portimão, Ferragudo e Parchal, e Brejão e Caldas de Monchique.
Com a nova estação de tratamento ficaram também servidas as de Estômbar, Calvário e Mexilhoeira da Carregação e Monchique.

Para a zona da antiga ETAR, uma área com cerca de seis hectares junto ao rio Arade, está projetado um parque ambiental urbano, plano conjunto da empresa Águas do Algarve e da Câmara de Portimão.

Segundo a Águas do Algarve, a nova ETAR deverá considerar um horizonte temporal de 21 anos.

O ministro do Ambiente, acompanhado pelo secretário de Estado Carlos Martins, considerou que as duas novas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Portimão e de Faro/Olhão vão dotar a principal região turística do país de infraestruturas ao nível das maiores exigências ambientais.

“São mais de 30 milhões de euros de investimento, fundamental para tratar os efluentes e garantir que a Foz do Arade (Portimão) e a Ria Formosa (Faro/Olhão) tenham ainda melhor qualidade ambiental”, disse aos jornalistas João Pedro Matos Fernandes.

De acordo com o governante, as duas estações de tratamento de águas residuais, a de Portimão e a de Faro/Olhão, em construção, vão permitir que o Algarve “possa garantir que as infraestruturas ambientais estejam ao nível das maiores exigências que possam ser feitas, quer por moradores, quer por turistas que escolhem a região como destino de férias”.

“São bastante importantes para o Algarve e acompanham o grande salto que a região deu nos últimos anos na qualificação da oferta turística e residencial, através de investimentos público e privado”, destacou.