Arcebispo de São Paulo, Brasil, foi o orador do primeiro encontro ‘Rise Up’ realizado no Parque da Paz, em Almada
António Rodrigues (Mais Algarve) e Samuel Mendonça (Folha do Domingo) a acompanhar o Algarve na JMJ
Os algarvios que estão a participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, inscritos pelo Comité Organizador Diocesano (COD) do Algarve, participaram na manhã desta quarta-feira, 2 de agosto, no primeiro encontro ‘Rise Up’ no Feijó, Almada, onde estão alojados.
A iniciativa, animada pelo COD do Algarve, e que reuniu mais de um milhar de participantes — incluindo muitos jovens de outras dioceses do país — teve lugar no Parque da Paz, um enorme espaço verde da cidade que veio a tornar-se o cenário ideal para o tema abordado, “Ecologia integral”, após os jovens acompanharem a chegada do Papa Francisco a Lisboa.
Antes da reflexão do cardeal Odílio Scherer, arcebispo de São Paulo (Brasil), realizou-se um fórum de discussão sobre a questão da ecologia a partir das encíclicas do Papa Francisco ‘Laudato Si’ e ‘Fratelli Tutti’. Ao mesmo tempo, vários sacerdotes espalhados por aquele espaço natural administravam o sacramento da Reconciliação aos jovens que lho solicitavam.
No final das intervenções dos jovens presentes, estes foram convidados a escrever os sonhos que têm numa casa desenhada numa folha de papel.
No momento que se seguiu, o cardeal Odílio Scherer desafiou os jovens a agirem como sugere o lema da JMJ — ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ –, ou seja, a levantarem-se “apressadamente” para encararem as questões ecológicas como questões que lhes dizem respeito. “As questões ambientais dizem respeito à nossa fé. No momento em que descuidamos a natureza, descuidamos a pessoa humana”, advertiu o arcebispo de São Paulo.
Aquele responsável católico exortou os jovens a olhar para o mundo como uma casa à qual todos têm direito e o seu lugar. “Casa que devemos cuidar para que esteja ordenada”, complementou, acrescentando: “esta casa nos foi dada, a toda a família e a todos os seres”. “Devemos cuidar do mundo para a futura geração”, realçou, garantindo que “mais de 350 milhões de pessoas vivem em situação de migração”. “É questão de solidariedade para com os mais fracos, os mais pobres, os que menos têm poder e dinheiro. É uma questão de solidariedade e de justiça, diz o Papa Francisco”, referiu, acrescentando ser preciso “cuidar do mundo para a presente geração, mas também para a futura geração”. “Que mundo vão herdar seus filhos? Que mundo vão herdar seus netos?”, interrogou.
O arcebispo de São Paulo desafiou os jovens a cuidarem do mundo “com senso de responsabilidade” e de “solidariedade concreta” no momento presente. “Isso tem a ver com o nosso modo de gastar, de usufruir”, defendeu, exortando os jovens a “usufruir sempre com senso de solidariedade solidária e da justiça para com o próximo. “Nós somos parte dessa ecologia integral. O homem não pode ser visto como inimigo do ambiente, mas cuidador”, alertou, advertindo que a questão relaciona-se com a fé e a moral cristã.
A terminar, o cardeal brasileiro pediu aos jovens que comuniquem a “boa notícia” de que podem mudar o atual panorama ambiental preocupante na medida em que assumirem a sua parte.
Depois da reflexão, seguiu-se a celebração da Eucaristia naquele mesmo espaço.
