O encontro serviu não só para reviver aquela experiência, partilhando vivências, mas sobretudo para aprofundar o compromisso que dali advém em relação à sua pertença ativa na Igreja algarvia.

O assistente do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ), entidade que promoveu aquele Encontro Pós- JMJ 2011, evidenciou os desafios deixados aos jovens pelo Papa nas suas intervenções em Madrid. O padre António de Freitas lembrou que Bento XVI chamou a atenção para importância de cada um “descobrir-se amado e chamado por Deus”, “enviado a sentir-se Igreja” e “enviado a partilhar a fé”.

O jovem sacerdote, que também participou no encontro mundial da juventude católica, lembrou igualmente que o Papa desafiou à “amizade com Jesus”. Aquele responsável exortou-os a essa amizade por meio da Igreja, através da “inserção nas paróquias”, por meio dos sacramentos da Eucaristia e da reconciliação, apelando à participação no primeiro e a que se deixem “abraçar por Deus” no segundo, e por meio da escuta ou leitura da palavra de Deus e da oração. “Sem a amizade com Cristo não somos capazes de ir para a rua testemunhar”, afirmou, apelando à necessidade de “descobrir que Cristo é um amigo e não uma teoria”.

Neste sentido, incitou-os a amar a Igreja, “apesar dos seus defeitos e pecados”, a viver uma vida de “compromisso e lealdade com os valores cristãos” e a trazer um amigo de “fora da Igreja” para dentro dela, desafiando-os a “ousar” e a “bater à porta” do colega de turma ou de trabalho.

O padre António de Freitas lembrou, por isso, que “a JMJ não acabou”. “A fé não é um «ecstasy» que vivemos em Madrid e passou”, advertiu. “Devemos olhar para estes momentos, não como um fim em si mesmo, mas como uma «fonte». Temos de meter-nos novamente a caminho com a «água» que recebemos”, metaforizou, considerando as JMJ o “arranque de uma nova etapa”. O sacerdote considerou mesmo que o tempo entre a última JMJ e a próxima, no Rio de Janeiro (Brasil), “não é um intervalo”. “É tempo de ação”, contrapôs.

O encontro contou ainda com testemunhos, projeções de fotos e vídeos das paróquias algarvias presentes e participantes no encontro de Madrid. Os jovens procuraram testemunhar o que é que a JMJ mudou nas suas vidas e disseram que o que mais os marcou foi “poder ver e escutar o Santo Padre”. “Ter a oportunidade de refletir sobre os seus conselhos e desafios à juventude foi uma experiência marcante”, partilharam, considerando igualmente marcante “o facto de a JMJ ter sido um verdadeiro encontro com Cristo, através da comunhão e partilha de fé com o Santo Padre, e pela alegria e fraternidade da juventude cristã de todo o mundo”.

Os jovens aludiram aos “intensos dias de oração, de meditação na palavra de Deus, de comunhão e de festa”, que os uniram “uns aos outros” e os “aproximaram de Deus”. Segundo os participantes, a JMJ permitiu “mostrar ao mundo que a Igreja é jovem, alegre, comprometida, edificada e firme na fé em Cristo”. “A JMJ foi muito enriquecedora, alargou os nossos horizontes para uma diversidade de maneiras de viver a fé e ajudou-nos a perceber que os jovens têm um papel fundamental na Igreja de Cristo”, concluíram. Alguns testemunharam a nova forma como encaram desafios, contrariedades e a vida em comunidade e manifestaram o ensinamento aprendido com tantos que, devido à repressão religiosa dos seus países, arriscaram muito para estar presentes em Madrid.

O Encontro Pós-JMJ 2011 foi participado pelas paróquias de Almancil, Estoi, Ferreiras, Loulé, Mexilhoeira, Quarteira, Quelfes, São Luís e Sé de Faro e Tavira.

Samuel Mendonça