O bispo do Algarve evocou na última sexta-feira à noite a bênção de Deus sobre 31 dos 39 jovens algarvios que irão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro (Brasil), de 23 a 28 deste mês.

D. Manuel Quintas, que, tal como Folha do Domingo tinha adiantado, presidiu na igreja paroquial de Lagoa à eucaristia que incluiu a bênção e envio dos algarvios participantes naquele encontro mundial com o Papa Francisco, começou por evidenciar o sentido daquele “gesto com muito significado”. “Vamos evocar de Deus a sua bênção, força e presença para que estas jornadas possam ser frutuosas, não só para vós que ides participar nelas, mas também, através de vós, para a nossa Igreja diocesana e, particularmente, para os vossos colegas”, explicou.

O prelado acrescentou ainda que aquele envio quer significar que os enviados não partem a “título individual”. “Ides, não só enviados pelas vossas comunidades paroquiais em que estais inseridos – alguns ligados às comunidades neocatecumenais, inseridos em paróquias –, mas também em nome da diocese”, advertiu.

“Caros jovens, não vos sintais sozinhos. Para além de não irdes individualmente, mas em grupo a partir das vossas comunidades paroquiais –, representando também todos os outros jovens das vossas paróquias que gostariam de ir mas não podem –, ides também enviados pela Diocese do Algarve. Lá estareis, não apenas como portugueses, mas como algarvios, fazendo parte desta Igreja diocesana que está aqui no Algarve. Por isso gostaria que vos sentísseis acompanhados”, acrescentou o bispo diocesano, manifestando a confiança em quem irá ao Brasil. “Estamos aqui como diocese a acompanhar-vos, a apoiar-vos, a estar convosco porque tenho a certeza de que vós ides representar-nos muito bem. Estaremos todos lá, convosco, e foi isso que quisemos exprimir nesta eucaristia”, complementou.

Aos peregrinos algarvios, D. Manuel Quintas deixou ainda a certeza da oração de quem cá fica, particularmente a sua. “Vou estar em oração, de maneira particular, e acompanhando o mais possível tudo o que se passar por lá, porque depois quero usufruir da riqueza que ides trazer para a nossa diocese”, afirmou.

O bispo do Algarve, que recordou a última JMJ, particularmente a eucaristia celebrada em Tavira no regresso dos algarvios, e a caminhada de dois anos de preparação para a próxima JMJ, salientou que o “anúncio do evangelho”, concretizado através do “partir”, é “próprio de cada batizado e missão de cada cristão”. Neste sentido, D. Manuel Quintas lembrou que “testemunho” dos jovens, em “determinados ambientes”, “tem mais força” do que o seu. “É mais interpelativo e apelativo, é mais provocante”, complementou.

Na eucaristia, concelebrada pelo padre António de Freitas, assistente do Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, que promoveu a iniciativa, pelo padre Joel Teixeira, único sacerdote algarvio participante na JMJ deste ano, pelo padre José Nunes, pároco de Lagoa, pelo padre Nuno Coelho, natural de Lagoa, e por quatro padres da Diocese de Portalegre-Castelo Branco a passar férias na área daquela paróquia, o bispo do Algarve considerou que vivências como as das JMJ “significam momentos importantes e gratificantes de experiência eclesial”.

Após a homilia, D. Manuel Quintas aspergiu os peregrinos algarvios com água batismal. “A aspersão com água batismal é para significar a revitalização do nosso batismo, a imploração da força de Deus que nos purifique e que o espírito não encontre em nós obstáculo, de modo a que possamos ser verdadeiramente apóstolos de Cristo, saboreando intensamente esta experiência”, explicou o bispo do Algarve, seguindo-se a entrega de um cachecol e de uma cruz de madeira a cada um.

Os 39 algarvios que irão participar na JMJ são oriundos das paróquias de Ferreiras (8) Lagoa (1), Loulé (2), Monchique (1), Paderne (1), Quelfes (6), Sé de Faro (6), Vila do Bispo (7) e do Caminho Neocatecumenal (7).

Samuel Mendonça