Foto © Samuel Mendonça

Os cartazes com as inscrições ‘abraços grátis’, ‘free hugs’, ‘câlins gratuits’ e ‘abrazos gratis’ denunciavam a portugueses e estrangeiros a intenção que a pergunta viria a confirmar. “Posso dar-lhe um abraço?” ou “Do you want a free hug?” foi a interpelação mais repetida na manhã do passado sábado pelos jovens de um grupo de catequese da comunidade de São Paulo, da paróquia de São Pedro de Faro, aos transeuntes na Rua de Santo António, a mais movimentada da baixa farense.

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Ao longo da via comercial pedonal, 18 rapazes e raparigas iam lançando o convite a quem passava, quase sempre acedido com um sorriso de consentimento e de pausa no trajeto apressado. Nalguns casos, poucos, nem precisavam perguntar, uma vez que o destinatário, menos tímido, abria os braços e o sorriso, tomando ele próprio a iniciativa. Após o gesto, os abraçados eram ainda presenteados com uma mensagem de boas festas e seguiam caminho.

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O catequista responsável pelo grupo do 11º ano da catequese explicou ao Folha do Domingo que a iniciativa partiu dos próprios jovens. “Foi deles que partiu esta vontade de fazer o abraço fraterno que faz todo o sentido nesta altura em que as pessoas estão tão concentradas nas compras, o que desfoca um bocadinho o verdadeiro sentido do Natal”, contou Luís Agostinho, acrescentando que o gesto visou, “acima de tudo, criar um momento diferente de fraternidade”.

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“Não devemos desfocar-nos do verdadeiro sentido do Natal, do nascimento deste Cristo que nos ama. Daí este pequeno apontamento que nós achámos importante no sítio onde acontece a maior azáfama das compras e do consumismo. É um apontamento para fazer lembrar as pessoas que há mais para além do consumismo nesta época de fraternidade e de família”, prosseguiu, adiantando que “será uma iniciativa para repetir”. “Pela forma como as pessoas estão aceitar, pelos sorrisos na cara, é uma iniciativa que deverá ser alimentada”, anunciou.

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Sara Caetano, uma das jovens do grupo de catequese em preparação para receber o sacramento do crisma, testemunhou como viveu a reação das pessoas. “Encontrei uma senhora a quem perguntei se podia abraçar e ela respondeu-me que sim e que não tinha família. Sorriu, mas vieram-lhe logo as lágrimas aos olhos”, contou aquela protagonista dos abraços, destacando ter podido aperceber-se de “histórias mesmo tocantes” que reconheceu serem as que dão sentido àquela iniciativa.

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