O Jubileu dos Avós, que a Diocese do Algarve celebrou esta manhã, realçou que eles e os idosos são as “primeiras testemunhas da esperança”.
“Deus ensina-nos que a velhice é um tempo de bênção e de graça e que os idosos são as primeiras testemunhas da esperança”, afirmou o bispo do Algarve na Eucaristia a que presidiu em Loulé, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente invocada como «Mãe Soberana», recuperando uma ideia do Papa Leão XIV na sua primeira mensagem para a celebração do Dia Mundial dos Avós e Idosos, que se assinala este domingo.

Na Eucaristia, participada por idosos de Aljezur até Alcoutim, maioritariamente utentes de instituições como Centros Paroquiais e Santas Casas da Misericórdia do Algarve, D. Manuel Quintas disse ser por isso que “é tão bonito o diálogo intergeracional entre um jovem e um idoso, entre um neto e o seu avô ou avó”.
Aludindo à “esperança que os mais idosos transmitem aos mais novos, aos netos”, o bispo diocesano realçou que, “por isso, os idosos são sinais de esperança”, mas acrescentou que “é preciso também apresentar sinais de esperança aos idosos”. “Sobretudo quando não deixamos que sejam vencidos pela solidão, pelo isolamento, quando se sentem sozinhos, esquecidos, abandonados”, sustentou D. Manuel Quintas, evidenciando que “os idosos precisam da força dos jovens e os jovens precisam da experiência dos idosos”.
O bispo do Algarve lembrou que o Papa refere mesmo que as comunidades paroquiais “deviam ser protagonistas da revolução da gratidão e do cuidado, através de visitas frequentes aos idosos, criando para ele e com eles redes de apoio e oração; construindo relações que possam dar esperança e dignidade àqueles que se sentem esquecidos”. “Ou seja, vencer a solidão e o isolamento em que tantos idosos e avós se encontram e isso é ser sinal de esperança para os idosos e os avós”, completou.

Recuperando uma ideia do Papa Francisco, D. Manuel Quintas referiu que sempre que se visita um idoso com tempo é como se se entrasse numa igreja jubilar, podendo o visitador usufruir dos mesmos “dons das igrejas jubilares porque vai encontrar Jesus na pessoa daquele idoso que está sozinho”.
O bispo do Algarve referiu ainda que a liturgia de hoje alude à “grande consideração” e exorta a “louvar a Deus” pelos avós. “Aquilo que somos, e até aquilo que temos, deve-se a eles. E não falamos de bens materiais, mas do testemunho de vida, do trabalho abnegado, sacrificado, uma vida difícil, dura, uma vida vivida com um entusiasmo apesar dessas dificuldades. Portanto, esta herança que recebemos daqueles que nos precederam é motivo de louvor a Deus e ao mesmo tempo de consideração por eles”, afirmou.
D. Manuel Quintas classificou ainda a fé transmitida em ambiente familiar como um “património de família” e considerou os mais velhos como “faróis que iluminam a vida presente e a vida futura”.

Observando que “embora com a velhice chegue a fragilidade do corpo que traz algumas doenças”, o responsável católico defendeu que “envelhecer não deve ser considerado uma doença”. “É muito importante saber envelhecer com naturalidade, serenidade. O envelhecer ajuda-nos a nos fixarmos no mais importante, no essencial. É como se a vida nos desse um crivo, ou peneira, em que vamos peneirando e deitamos fora aquilo que não serve. Fixamo-nos no essencial, no mais importante. A experiência da vida leva-nos a isso, a não ficar amarrados a coisas que não têm valor, que não valem a pena, que só atrapalham. A velhice dá esse critério que é muito importante. Isso é o testemunho que os idosos, os avós passam depois aos netos”, sublinhou.
Para além do bispo do Algarve, a Eucaristia foi concelebrada pelos padres António Farias e Ananias e contou com o serviço dos diáconos Albino Martins e Luís Galante. A iniciativa foi promovida através do Departamento da Pastoral Social que tem como responsável o diácono Luís Galante, a quem o bispo do Algarve agradeceu, bem como a todos os que organizaram a participação dos idosos.
A 26 de julho de cada ano, a Igreja Católica faz memória de São Joaquim e Santa Ana, pais da Virgem Maria e avós de Jesus. Associado a esta data, em 2021, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a celebrar no quarto domingo de julho, que neste ano de 2025 ocorre no dia 27.
Este V Dia Mundial dos Avós e Idosos tem como tema ‘Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança’, ligando-se ao Jubileu que a Igreja está a assinalar. A Igreja Católica está a celebrar o Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história, por iniciativa do Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança, e está a ser continuado com o pontificado de Leão XIV.