O presidente da Junta de Freguesia de Olhão criticou ontem o anunciado encerramento de uma passagem pedonal que atravessa a linha férrea, numa zona movimentada da cidade, lamentando não ter sido informado previamente pelas autoridades.
A passagem de nível pedonal, entre a Avenida Dr. Bernardino da Silva e a Avenida da República, será encerrada na terça-feira, informou ontem a Rede Ferroviária Nacional (Refer), alegando um aumento do risco para os utilizadores com o novo modelo de sinalização ferroviária, que permite aos comboios circularem a maior velocidade em zonas onde antes não era possível.
O presidente da Junta de Freguesia de Olhão, Luciano de Jesus, disse à Lusa que a eliminação daquela passagem vai fazer com que “Olhão fique dividido ao meio”.
A passagem inferior que a partir de agora deverá ser usada, referiu, “é de difícil travessia para pessoas de mobilidade reduzida”, correndo também o risco de inundar, no inverno.
O autarca considera que a alternativa “não serve os interesses da população”, por estar mal preparada para ser atravessada por idosos, pessoas em cadeiras de rodas ou com carrinhos de bebés, além do facto de a passagem inferior estar sujeita às inundações que ali ocorrem sempre que chove muito.
Em declarações à Lusa, fonte da Refer argumentou que, segundo a lei, devem ser encerradas todas as passagens pedonais em locais com passagens alternativas desniveladas a menos de 700 metros, uma forma de evitar acidentes como o que aconteceu numa passagem pedonal em agosto, em Faro, que tinha sido recentemente automatizada, resultando na morte de um idoso.
A mesma fonte acrescentou que com o antigo modelo de sinalização ferroviária os comboios eram obrigados a parar em certas estações, o que fazia com que circulassem a velocidades mais reduzidas.
“Esta medida visa exclusivamente a salvaguarda dos utilizadores”, sublinhou a mesma fonte, observando que a nova passagem “é mais segura” e não comporta quaisquer riscos.
A entrada em funcionamento do novo modelo de sinalização ferroviária no troço de Olhão deverá acontecer em outubro, concluiu.