A escassos quilómetros de Olhão, frente à ilha da Fuseta, é agora possível mergulhar numa estrutura que alberga cardumes de mais de 1.000 atuns, atividade lúdica que visa também mostrar o setor da captura de atuns no Algarve.
Desde que se iniciou a atividade, a 19 de junho, já se realizaram mais de 50 mergulhos, com grupos até 15 pessoas, que mergulham com garrafa a uma profundidade de 15 metros ou em apneia, contou à Lusa António Pedro, da área comercial da Tuna Dive Tours.
“O que as pessoas nos dizem é que não faziam ideia do que era uma estrutura destas e a forma como se consegue ver um cardume”, afirmou, acrescentando que este é o único local do país onde atualmente se pode fazer mergulho com atuns, em ambiente controlado.
Os atuns ali capturados, com uma média de peso de 150 quilos, são transportados em grande quantidade para o Japão, na carga de aviões comerciais, sobretudo a espécie bluefin, uma das mais apetecíveis para o mercado do sushi e cuja rota migratória passa pelo Algarve.
Segundo António Pedro, a Tunipex – que existe há 20 anos e é a ‘mãe’ da Tuna Dive Tours -, decidiu apostar nesta área de negócio também para mostrar a sustentabilidade da atividade de captura dos atuns.
“Há uma ideia errada da nossa atividade enquanto pesca, que é o que há de mais sustentável, uma vez que, por exemplo, ao contrário do arrasto, nós temos hipótese de seleção e podemos libertar o pescado”, explicou.
O responsável contou ainda que os mergulhos duram entre 30 a 40 minutos, descrevendo os atuns como peixes “fugidios” e pouco curiosos com a presença humana, mantendo, por isso, uma certa distância.
A Tunipex – administrada por um japonês e que em 1994 integrou a empresa japonesa Arai Soji -, é por enquanto o único operador conhecido com armação de atum em atividade em mar português, embora haja outros projetos no Algarve.
Se em 1950 a captura de atum era um negócio com grande potencial no Algarve, em 1972 foi extinta uma das últimas estruturas de apoio às armações de pesca de atum – Arraial Ferreira Neto, em Tavira -, hoje transformada em hotel.
Foi preciso esperar mais de vinte anos até que aquela arte piscatória fosse retomada em Olhão, onde trabalham atualmente, na armação da Tunipex, 45 pessoas, na sua maioria portugueses, mas também japoneses.