Depois de serem acolhidos na FISSUL, onde montaram o acantonamento, os jovens partiram, divididos por grupos compostos por duas ou três paróquias, para diversos locais da cidade onde partilharam do farnel trazido de casa e realizaram o trabalho proposto com base na reflexão da mensagem do Papa para a edição deste ano da JMJ, iniciada já anteriormente nas paróquias.

Após este primeiro momento, reencontraram-se todos junto à Câmara Municipal de Silves para o início da Vigília de Oração que os levou em caminhada, carregando a Cruz das JDJ (a mesma que percorreu até àquele dia as diversas paróquias da vigararia de Portimão), de regresso à FISSUL.

Marcada por momentos simbólicos, encenados e representativos, a vigília, presidida pelo padre Carlos de Aquino, pároco de Silves e assistente do Sector da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, prosseguiu à entrada daquele pavilhão, tendo depois continuidade já no seu interior, com a adoração ao Santíssimo Sacramento, orientada pelo movimento dos Convívios Fraternos, numa das salas transformada em capela. A este espaço de oração juntaram-se mais quatro destinados a confessar quem quisesse receber o sacramento da Reconciliação.

No dia seguinte, 27 de Março, os jovens rumaram ao castelo da cidade para a Eucaristia presidida de manhã pelo Bispo do Algarve, cujo ofertório a favor das vítimas das catástrofes do Haiti, Madeira e Chile rendeu 259 euros.

Na celebração, D. Manuel Quintas começou por exortar os jovens a dirigir a Jesus a mesma pergunta que antes lhe fora feita pelo jovem rico – “Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?” – e que este ano intitulou a mensagem de Bento XVI.

O Bispo diocesano, considerando que “raramente encontramos alguém que se preocupa com a vida eterna”, destacou que “não fomos criados para sobreviver, mas para viver plenamente”. Neste sentido, pedindo aos jovens que assumam o seu Baptismo e o seu Crisma, lançou-lhes um desafio: “não tenhais medo de vos encontrar com Cristo e de O levar para a vossa vida para que seja Ele o conteúdo de tudo o que procurardes, para que, com Ele, construais um mundo novo”.

D. Manuel Quintas manifestou ainda aos jovens a importância da sua colaboração nas paróquias do Algarve. “Sois necessários e importantes nas nossas paróquias”, disse-lhes, pedindo-lhes que não se preocupem apenas com aquilo que podem fazer nas comunidades. “A primeira preocupação é o que deveis ser, como presença contínua, constante e não esporádica, como alguém que encontra em Cristo sentido para a sua vida. E não deveis ter medo de manifestar publicamente a vossa opção em Cristo porque ser sinal de Cristo hoje é uma urgência, particularmente no meio dos vossos colegas e das vossas famílias. Cristo é Aquele que pode ser o alicerce da vossa vida. Não tenhais medo das propostas que Ele vos faz. Procurai uma vida mais feliz, mesmo que isso vos traga mais exigências”, exortou.

Após a entrega da Cruz das JDJ, no final da Eucaristia, às paróquias de Tavira, que irão receber a edição do próximo ano daquela iniciativa, seguiu-se um momento informal e descontraído de perguntas ao Bispo diocesano.

Os jovens quiseram sobretudo saber como podem integrar-se mais na Igreja, ao serviço das respectivas paróquias, e como poderão ultrapassar a dificuldade de testemunhar a fé em ambientes pouco favoráveis a esse anúncio. D. Manuel Quintas pediu-lhes que não se preocupem tanto em “fazer”, mas em “ser”. “A vossa primeira participação na vida da comunidade é sentir-se membro dela, testemunhar essa presença. Depois vão surgir aspectos em que podem colaborar, na dimensão litúrgica, sócio-caritativa, profética”, disse-lhes, considerando mais adiante que a sua presença “dilui-se bastante” nas paróquias. “Nas nossas comunidades há lugar para vós e quando não estais fazeis falta e a vossa presença é estímulo para todos como apelo à alegria, à generosidade, à doação e altruísmo”, salientou.

O Bispo do Algarve explicou-lhes ainda que o testemunho deve ser feito “por contágio”. “Deveis preocupar-vos em anunciar algo que desperte neles [colegas] curiosidade. O vosso testemunho não deve ser nunca envergonhado, pois aquilo que somos deve aparecer no modo como vivemos. É essencial que, quando quereis trazer jovens para a comunidade, o importante seja sempre a pessoa de Cristo”, disse-lhes, destacando o que devem apreciar no clero. “Não considereis moderno um padre que é parecido convosco, mas alguém que faz com que vós sejais parecidos com Cristo”, afirmou.

No final, o prelado deixou ainda um apelo às vocações de consagração, exortando os jovens a pensar se por ventura uma vida “mais feliz” não passará por essa via. “A Igreja do Algarve precisa de gente que se consagre plenamente à pessoa de Cristo, ao serviço das comunidades”, frisou.

A JDJ, promovida pelo Sector Diocesano da Pastoral Juvenil, teve continuidade à tarde com a Festa Jovem animada pelos Laudate e intercalada com apresentações das reflexões feitas nas paróquias e nos trabalhos realizados na véspera pelos grupos com base na mensagem do Papa.

Samuel Mendonça

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