“Apresentámos uma candidatura no final de janeiro e aguardamos a sua validação para que possamos concretizar o reforço estrutural da ponte, a curto/médio prazo”, indicou à agência Lusa Júlio Barroso, presidente daquele município.

A ponte D. Maria II, um dos principais acessos à cidade de Lagos e à Meia Praia, foi encerrada ao trânsito automóvel e aos peões em fevereiro de 2012 por estar em risco de colapso “iminente”, após uma inspeção do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) ter detetado problemas graves na sua estrutura.

Segundo um relatório do LNEC, “a fendilhação” em toda a largura dos arcos base de sustentação da ponte, com alteração significativa da sua geometria, comprometem a capacidade de resistência, sendo possível o seu colapso de forma brusca.

A candidatura aos fundos comunitários, através do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), deverá resultar, segundo o autarca, numa comparticipação de cerca de 600 mil euros, estando o custo total da obra orçado entre os 850 e 900 mil euros.

“Esta possibilidade é nova e faz-nos perspetivar uma solução rápida para a reabilitação da ponte, mas, infelizmente, muito dificilmente será este ano”, observou o autarca.

Júlio Barroso lamentou que a situação financeira do município e a Lei dos Compromissos (que proíbe entidades públicas de assumirem despesas para as quais não tenham prevista uma receita nos 90 dias seguintes), os municípios “tivessem impedido a câmara de avançar para a recuperação daquela infraestrutura utilizada diariamente por milhares de pessoas, não só residentes como turistas”.

O presidente da Câmara de Lagos lamentou ainda que o Grupo Jerónimo Martins, proprietário do supermercado Pingo Doce, “não tivesse concretizado a disponibilidade manifestada em contribuir para a concretização da obra”, depois de vários meses de conversações.

A ponte rodoviária D. Maria II tem 103 metros de comprimento e nove de largura, com um tabuleiro assente sobre 12 arcos.

Ao longo da sua história, a ponte sofreu vários danos, nomeadamente aquando do terramoto de 1755. Foi reconstruída em 1783 e em 1805 três arcos foram destruídos como consequência de cheias, pelo que decorreu uma recuperação em 1807.

As últimas grandes intervenções de manutenção foram efetuadas em 1958 e 1960.

Lusa