lancamento_livro_obras_igreja_matriz_portimao-7A paróquia matriz de Portimão apresentou na última terça-feira uma publicação com a memória fotográfica das obras de recuperação da sua igreja.

O livro, apresentado no contexto da visita pastoral que o bispo do Algarve está a realizar àquela comunidade paroquial, retrata os grandes trabalhos de conservação do edifício inaugurados em 2011, após mais de oito meses de intervenção.

Na sessão solene, que teve lugar na igreja do Colégio da Companhia de Jesus (jesuítas), no decurso da qual foram igualmente apresentadas as telas daquela igreja recuperadas com o apoio da Câmara Municipal e da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, o bispo do Algarve congratulou-se por ter visto a cidade de Portimão “de mãos dadas” para que as obras da igreja matriz fossem concluídas. “Sentia naqueles que falavam comigo um orgulho e uma satisfação muito grande”, recordou D. Manuel Quintas, lembrando a premência da intervenção realizada. “Alertado pelo senhor padre Mário, partilhei com ele a preocupação da urgência daquelas obras, senão teríamos mesmo de fechar a igreja porque não apresentava qualquer segurança”, recordou.

Capa do livro
Capa do livro

Agora, depois da obra feita naquele edifício exemplar do período tardo-gótico português – o mais notável da cidade de Portimão, datado do século XV e reconstruído após o terramoto de 1755 –, o prelado testemunhou a “admiração” e o “espanto” dos quase 20 bispos portugueses que conheceram a matriz da cidade no dia 20 de junho deste ano, na celebração das bodas de prata da ordenação episcopal do bispo emérito do Algarve.

D. Manuel Quintas incentivou ainda à criação de um Museu de Arte Sacra. “É preciso sonhar, unir esforços e avançar”, exortou, acrescentando que, caso contrário, “não adianta este esforço feito em relação, por exemplo, à recuperação destas telas e a tantas outras coisas que aqui há na cidade que podem fazer parte deste museu”. “Vamos avançar porque Portimão quer usufruir da riqueza que tem, a nível cultural, e quer também partilhá-la com outros”, apelou.

A presidente da Câmara de Portimão também se congratulou com a obra da matriz de Portimão que “só dignifica Portimão”. “Dignifica largamente a cultura e a história portimonense”, sustentou Isilda Gomes, lembrando que, com o lançamento daquela publicação, se encerrou um ciclo de conservação do património portimonense que começou, exatamente, naquela igreja do Colégio com as obras de que foi alvo em 2008, após quase 40 anos de encerramento.

A autarca congratulou-se por a igreja do Colégio ter “recuperado toda a sua dignidade” e estar “ao serviço da população portimonense, não só para atos litúrgicos mas também para atos culturais”. “Isto é a verdadeira cultura”, sustentou, lembrando que também a igreja matriz está ao serviço, não só dos portimonenses mas também daqueles que visitam Portimão. “E são muitos aqueles que vão visitar a igreja matriz que hoje tem um esplendor e uma dignidade que nos pode orgulhar a todos. Esta [igreja do Colégio], a mesma coisa, agora com este esplendor das telas que estão finalmente restauradas”, acrescentou.

Isilda Gomes considerou ainda que a publicação agora editada encerra uma mensagem para os portimonenses. “O retrato que temos aqui vai deixar-nos uma mensagem que é para nós nunca deixarmos que aconteça ao nosso património aquilo que aconteceu. Isso envergonha-nos a todos, portimonenses e responsáveis pela área da cultura portimonense. De futuro temos que não deixar que estas situações aconteçam”, apelou.

A autarca desafiou também a outros projetos. “Se nós quisermos muitas obras podem nascer. Basta que sejamos capazes de unir esforços mas sobretudo termos projetos e objetivos que nos mobilizem. Estes são projetos que nos devem mobilizar a todos”, exortou.

Foram 16 as telas da igreja do Colégio da Companhia de Jesus restauradas entre 2009 e 2011 por iniciativa da Câmara de Portimão na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, em Lisboa.

Recorde-se que já em 2012 tinham sido restauradas as telas da igreja matriz, mostradas depois em exposição patente no salão nobre da Junta de Freguesia.

A publicação sobre o restauro da igreja matriz poder ser adquirido na secretaria da paróquia pelo valor de 10 euros.