O padre Domingos Monteiro da Costa, que este ano celebra 50 anos de sacerdócio, 47 dos quais na paróquia da Mexilhoeira Grande, e 63 de jesuíta, apresentou no passado domingo naquela paróquia o seu 11º livro, composto pelas suas memórias de pároco.

A apresentação teve lugar ao final da tarde no adro da igreja matriz da Mexilhoeira Grande e foi feita por Teresa Rochate que se referiu à nova publicação como uma partilha de vivências e uma narração de memórias.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A paroquiana e funcionária do Centro Paroquial destacou que “toda a citação em ‘Memórias de um Pároco de Aldeia’ surge de modo espontâneo e frontal, tal e qual como o padre Domingos é”. “Não nega elogios e não poupa críticas, cria envolvência e daí suscitar a nossa sensibilidade. Leva-nos a visitar consigo as memórias das suas raízes, a revisitar lugares e personalidades num extenso percurso da sua infância. Conta também aqui peripécias do seu noviciado, do Seminário, dos seus voos por Frankfurt, Paris, Malmo, Rússia, entre outros”, acrescentou.

A apresentadora disse ainda que o livro “relata particularidades da sua relação com a família, com a família dos jesuítas e, por último, com a Diocese do Algarve e com as paróquias de Mexilhoeira Grande, Odiáxere e Nossa Senhora do Amparo”. “Com este livro procura moderar o complicado que a vida tem e as imensas situações que lhe foram surgindo”, prosseguiu, incentivando os leitores a “deixarem-se guiar pela narrativa”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Trata-se de uma narração de memórias constituída em duas partes: uma mais pequenina e outra maior dedicada à Mexilhoeira Grande, à diocese, aos jesuítas e à obra social, entre outros. Sente-se nesta obra que muito cedo se revelou como homem determinado”, desenvolveu, considerando que “a Mexilhoeira Grande não seria quem é sem a presença, o trabalho, a liderança, o dinamismo e a evangelização do padre Domingos, nem tampouco a obra social que fundou”.

“O amor jamais passará disse São Paulo à comunidade de Corinto e nós conseguimos atualizar isto e dizer: o amor nesta Terra jamais passará. Há de passar o padre Domingos, havemos de passar nós de todas as idades, mas o amor aqui feito não passará. Hão de haver outras memórias sem ser só estas, mas estas vão enriquecer e preparar-nos para um futuro de memória”, concluiu.

A presidente da Câmara de Portimão, que também esteve presente, regozijou-se com a obra, mas realçou que a maior do pároco da Mexilhoeira Grande é aquela que construiu e que perdurará para o futuro.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Isilda Gomes disse que o autor, de 82 anos, “não é um pároco qualquer”. “É um pároco que deu a sua vida não só à evangelização, mas também para resolver os problemas sociais. E isso é uma obra que fica, que perdurará e que fará do senhor padre Domingos uma pessoa inesquecível nesta terra e neste município”.

A autarca destacou a sua “audácia”, a sua “força” e a sua “capacidade de levar por diante os seus projetos contra tudo e contra todos”. “Isto é fantástico e é de um grande homem, com uma dignidade e um respeito pela vida humana e pela pessoa que é incomparável”, frisou, lembrando ainda que o padre Domingos Costa é “uma pessoa crítica, que diz aquilo que pensa, como pensa e, obviamente, uma pessoa que sabe também reconhecer quando as coisas estão a correr bem”. “O senhor padre Domingos faz parte da história e fará parte da memória dos nossos jovens que hão de vir e que hão de nascer porque aqueles que cá estamos não deixaremos esquecer aquilo que é a obra do padre Domingos”, afirmou, referindo-se também ao sacerdote como uma “pessoa genuína”.

“A Mexilhoeira e Portimão devem-lhe muito. É uma bênção ter o padre Domingos aqui connosco. Em nome do município e dos munícipes a quem tem servido, muito obrigado pela sua ação, pela sua prática. Os cidadãos devem-lhe muito e, por isso, eu não faço mais do que a minha obrigação em estar aqui a homenageá-lo”, reconheceu, acrescentando que o pároco é merecedor de uma homenagem municipal. “Eu já sei que o senhor é avesso a homenagens, mas a gente tem de fazer um momento desses”, atirou Isilda Gomes e a resposta do prior não se fez esperar: “Eu faço um sacrifício em nome do povo”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Ao Folha do Domingo o sacerdote disse ter sido a pandemia que lhe possibilitou a escrita das suas memórias. “Se não houvesse os confinamentos eu nunca me lançaria a isto. Passei praticamente sete ou oito meses a escrever este livro”, contou.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A apresentação terminou com um concerto na igreja matriz de um agrupamento de musical, composto pela soprano Michelle Tomaz, por Ricardo Sousa no contrabaixo e Jorge Félix no cravo, que levou a cabo a interpretação de um repertório dos períodos renascentista e barroco tardio da autoria de compositoras provenientes de diferentes contextos históricos.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O livro, composto de 39 capítulos num total de 622 páginas, foi lançado na sua terra natal, na freguesia do Rego, em Celorico de Basto, no passado dia 4 deste mês e teve também apresentação no último domingo na paróquia de Nossa Senhora do Amparo de Portimão. A publicação pode ser adquirida na paróquia da Mexilhoeira Grande pelo valor de 15 euros.