Pedro Afonso, porta-voz do grupo, explicou à agência Lusa que “derrubar o Governo, a ‘troika’ e as políticas que vão afundando diariamente o país e a vida das pessoas” é o objetivo do protesto, que acompanha o movimento “Que se lixe a troika” a nível nacional e as manifestações simultâneas noutras cidades do país.
Ao longo de semanas, o grupo tem realizado várias iniciativas para pôr de pé uma ação que Pedro Afonso diz poder vir a contar com “surpresas” e “outras formas de manifestação dentro da própria manifestação” para dar conta do descontentamento da população face às medidas de austeridade e a política adotadas pelo Governo.
“Sendo este um grupo informal de cidadãos que aqui em Faro decidiu aderir ao protesto nacional e convocar a manifestação, temo-nos organizado dentro da maneira possível, que é reunindo, tentando pensar a coisa e tomando iniciativas”, afirmou.
Uma das iniciativas apontadas pelo porta-voz dos organizadores do protesto na cidade algarvia foi uma oficina popular, aberta a todos os que quiseram participar, às sextas-feiras, junto ao largo do Carmo, ou um mural que está quase acabado na mesma zona de Faro, alusivo ao tema “Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena”.
“Estamos organizados, temos as coisas pensadas, mas as pessoas é que farão a manifestação, nós preparamos o necessário para ela acontecer. O grupo mais restrito que se reuniu e decidiu avançar com a manifestação em Faro é composto por nove pessoas, que temos estado a trabalhar mais intensamente nisso”, referiu.
Pedro Afonso acrescentou que “há um grupo flutuante” de cerca de três dezenas de pessoas, que ajuda numas coisas e faz outras”, numa atitude de “abertura” a todos os contributos para dar nota do descontentamento pelas políticas de austeridade.
Exemplo disso, indicou, foi a “ajuda de pessoal do graffiti para dar mais qualidade ao trabalho” do mural.
“Pela indignação e a reação diária das pessoas, o natural seria saírem muitas à rua a nível nacional e em todos os sítios onde estão marcados eventos. Aqui, para Faro, não há muitas previsões, o que temos são referências do passado, nomeadamente da manifestação de dia 16, da CGTP, que correu bastante bem em termos de representatividade das pessoas no protesto”, afirmou.
O porta-voz da organização da manifestação em Faro espera “outra vez uma grande adesão, porque não são poucas as pessoas que sentem indignação e revolta com o que se está a passar”.
O protesto vai começar às 16:00, com uma concentração no Largo do Carmo, de onde os participantes sairão depois para uma marcha pelas ruas da cidade, até ao Jardim Manuel Bivar, na baixa de Faro.
“À chegada, está previsto haver espaço para intervir e talvez para ser cantada a Grândola e outras canções que representam os valores que tentamos defender”, disse ainda Pedro Afonso.
Lusa
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