A presidente da Câmara de Vila Real de Santo António quer reunir-se com o ministro do Ambiente para abordar os “problemas” causados pela agitação marítima na barra de Cacela Velha, no extremo nascente da Ria Formosa, foi hoje anunciado.

Conceição Cabrita pediu uma reunião com o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, para “debater os problemas registados na península de Cacela, onde o efeito das tempestades está a afetar o cordão dunar da Ria Formosa, bem como a atividade dos viveiristas, que se viram forçados a cessar atividade”, justificou a autarquia num comunicado.

“No concelho de Vila Real de Santo António, os principais estragos registaram-se nos passadiços e zonas pedonais da praia da Manta Rota, assim como nos viveiros e barra de Cacela Velha”, revelou Conceição Cabrita, citada no comunicado do município.

A subida do mar e a forte agitação marítima provocada pelo mau tempo registado nas últimas semanas está a preocupar a autarca, que adiantou ter na “questão da barra” de Cacela Velha “um dos assuntos que vai estar em cima da mesa na reunião”.

“Neste momento, temos de avaliar como será possível conciliar a atividade balnear em Cacela Velha com a preservação da costa e do património natural”, precisou a presidente da Câmara Municipal.

A autarquia algarvia, uma das 16 do distrito de Faro, já tinha anunciado na semana passada semana um acordo com a Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) para “a reconstrução do molhe e sinalização da barra do Rio Guadiana, por parte do Estado, nas próximas semanas”.

O pedido de reunião ao governante surge depois de, na semana passada, a presidente da Câmara algarvia ter visitado a faixa costeira do concelho com o capitão do porto de Vila Real de Santo António, Pedro Palma, para avaliar os efeitos das tempestades que têm atingido o Algarve.

Na ocasião, a autarca esclareceu que não havia “situações de perigo iminente”, embora a autarquia já tivesse pedido “uma reunião urgente à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para avaliar o efeito das marés junto à muralha do forte” da aldeia típica algarvia, que está em cima da falésia e cuja estabilidade pode ser afetada pelo impacto da agitação marítima na base.

Também o capitão do porto esclareceu então que “houve uma deriva de areias ao longo de toda a costa” e, como ainda falta algum tempo para o início da época balnear, “a natureza irá encarregar-se de repor as areias, permitindo que o próximo verão decorra com segurança e sem impactos para o turismo”.

Agora, a autarquia refere que pediu a reunião ao ministro do Ambiente, depois de, na quarta-feira, João Pedro Matos Fernandes ter estado no Algarve a visitar alguns locais do litoral atingidos pelo mau tempo e para se reunir com representantes dos municípios na Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).

Após a reunião com os autarcas, o ministro do Ambiente disse que a tempestade ‘Felix’ já permitiu repor naturalmente cerca de um metro de areia nas praias algarvias, que tinham desaparecido com a tempestade ‘Ema’, e que esse processo natural continuará nos próximos tempos, remetendo a análise de eventuais reposições para depois da Páscoa.