A iniciativa tem como objetivos “mostrar um pouco do património, arte e cultura da Misericórdia e trazer turistas para a baixa da cidade”, explicou ao Folha do Domingo o provedor da instituição, que assegurou existirem muitos turistas que “pedem para ver a igreja”. “Sabendo que existe ali também um pequeno museu, as pessoas quererão vê-lo e as receitas dessas visitas poderão servir para a conservação da própria igreja”, sustentou Candeias Neto, lembrando que o templo continua em obras.
O núcleo museológico, que ocupa os anexos da antiga sacristia da igreja da Misericórdia, tem expostas peças de pintura, imaginária, escultura e paramentaria, juntamente com as imagens que integram a procissão do Enterro do Senhor em cada Sexta-feira Santa. Conforme explicou o provedor foram peças recuperadas de arrecadações da Misericórdia, restauradas por técnicos da própria instituição que agora ficam patentes ao público.
Candeias Neto, considerando mesmo que alguns dos elementos expostos terão pertencido à primitiva ermida do Espírito Santo que existira no local onde foi construída a atual igreja, explica, contudo, que o núcleo agora inaugurado não esgota o património da Misericórdia farense, cuja fundação é, segundo alguns historiadores, anterior a 1554. “Existe ainda uma imagem de Santa Iria e uma arca em madrepérola que estão no Museu Municipal de Faro e muitas peças de ourivesaria que têm sido doadas à Misericórdia”, acrescentou, lamentando que algumas peças de arte sacra tenham sido roubadas.
A abertura ao público será feita a partir de janeiro, em horário ainda a acertar com os voluntários que a Misericórdia espera conseguir para levar a cabo aquela iniciativa. “Funcionará uma ou duas horas de manhã e à tarde”, espera o provedor, acrescentando que o ingresso para visita à exposição terá um “valor simbólico”.
Samuel Mendonça