A Eucaristia de abertura do ano académico da Universidade do Algarve (UAlg) que ontem à noite se realizou na igreja de Nossa Senhora do Carmo em Faro realçou a importância de “humanizar as relações” no contexto universitário.

A iniciativa, promovida pela Capelania da UAlg, foi presidida pelo novo capelão, o padre António de Freitas. O sacerdote disse que os agentes da universidade são “chamados a abençoar”, ou seja, a “desejar bem aos outros”, estado presentes “nos momentos tristes, consolando e amparando”, e “nos momentos alegres, fazendo parte da sua alegria” nos seus sucessos. “A universidade é uma família onde todos temos sempre algo a contribuir aos outros”, afirmou.

O capelão pediu aos alunos, professores e funcionários que sejam “suporte uns dos outros, olhando para a universidade como o lugar onde também se humanizam as relações”. “Suportar-nos uns aos outros no amor é também pedir no início do ano académico que saibamos olhar para os outros e perceber como é que posso estar atento ao outro, sem que me feche em mim, no meu futuro, nas minhas possibilidades”, afirmou o sacerdote, rejeitando que o meio académico sirva apenas para “gerar e atribuir competências aos outros através da formação científica e técnica”.


Neste sentido, o padre António de Freitas apelou à “capacidade de descobrir sempre no outro uma pessoa e não uma coisa”. “Não deixemos que as exigências dos tempos nos transformem em máquinas do saber, mas que o saber esteja ao serviço de uma vida com sabor. E o sabor reside precisamente na capacidade de gerar relações de amizade”, completou, reforçando: “quando conseguimos aliar saber e amizade, temos os dois ingredientes fundamentais para uma vida feliz, sabendo que na base disto tudo está Deus”.


O capelão pediu que aos agentes académicos que não olhem para o outro “como concorrente, uma coisa, um alvo a abater”, mas “como pessoa” e que procurem “em tudo agradecer e reconhecer a bondade de Deus que se manifesta de muitos modos, quer de pessoas, de acontecimentos, de situações”. O sacerdote desafiou-os a sublinhar “o que há de positivo” em vez de “reparar nas falhas e nos pormenores negativos”. “A universidade é também este lugar onde temos de aprender a olhar, a construir e a perspetivar a sociedade em tom positivo. Nós, os cristãos, temos este dever ainda maior de suscitar nos outros esta capacidade de gratidão e de quem busca sempre o lado bom e positivo das coisas, realçando-o”, sustentou na celebração que contou também com a presença de famílias de alunos.


“Contemos sempre com Deus para abençoar aquilo que são os nossos empreendimentos e esforços, aquele que é o nosso futuro e aquilo que queremos fazer para contribuir sempre para o bem comum, para um mundo sempre melhor”, acrescentou o sacerdote que se referiu à projeção da universidade “para além da região e do próprio país”, exortou ainda à visita à página da capelania no sítio da UAlg para conhecerem as próximas atividades já programadas.


A Eucaristia, que entre os estudantes contou com a presença do presidente da Associação Académica, Fábio Zacarias, prosseguiu com as bênçãos dos alunos e dos respetivos trajes e a dos professores e funcionários. Foi ainda feita a consagração da comunidade académica a Nossa Senhora.

No final da Missa, em que se rezou também pelos membros da comunidade académica já jubilados e falecidos, o professor Eduardo Esteves, pró-reitor, dirigiu também uma palavra de “confiança” aos presentes, desafiando-os a uma “atitude positiva e empenhada”, sendo “autoconfiantes”.