O projeto de voluntariado ‘Missão País’, levado a cabo por estudantes universitários, vai chegar este ano pela primeira vez a Boliqueime.

A iniciativa será promovida de 27 deste mês a 6 de março pela Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL) e contará com a participação de 44 estudantes, incluindo os oito chefes e um responsável pelo grupo ‘Just a Change’ (que se ocupa de pequenas obras e melhoramentos em casas de pessoas necessitadas dos mesmos), que serão acompanhados pelo padre Miguel Ângelo Ferreira, pároco de Valada, Diocese de Santarém.

O pároco de Boliqueime conta que os estudantes é que se lembraram daquela freguesia do concelho de Loulé porque alguns deles já lá tinham estado a fazer voluntariado depois do primeiro confinamento de 2020. Pelo menos uma das chefes da ‘Missão País’ participou ali no ‘COmVIDas’, um projeto de apoio a instituições de idosos no contexto da pandemia de Covid-19 que levou um grupo de jovens a colaborar na Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime.

“Para nós vai ser muito bom porque, vindo alguém de fora durante uma semana, tenho a certeza que nos pode animar bastante neste recomeço que temos tentado fazer”, considerou o padre Pedro Manuel em declarações ao Folha do Domingo, desejando que os voluntários possam ajudar a “dar algum colorido” ao panorama na freguesia que diz estar “muito cinzento”. “Refiro-me à juventude e até ao ânimo social da terra. Acho que a ‘Missão País’ aqui, sobretudo o estilo de evangelização que eles fazem, pode ser muito benéfica”, especificou.

A chefe geral da missão disse ao Folha do Domingo que a organização tem “muito boas expectativas porque até agora Boliqueime foi sempre muito acolhedor e sempre pronto a ajudar”. “Vamos fazer tudo consoante o que a comunidade nos pedir”, acrescenta Teresa Quintela, referindo-se à necessidade de adaptação às contingências da pandemia. “As limitações será a própria comunidade que nos dirá quais teremos. Se nos deixarem entrar no lar, no pré-escolar e na escola entraremos, mas tentaremos priorizar sempre atividades ao ar livre e manteremos sempre os cuidados e os equipamentos de proteção individual. Se não nos deixarem, faremos à distância”, explica aquela responsável que partilhará a chefia geral com José Manuel Câmara.

A edição deste ano da ‘Missão País’, sob o lema ‘Coragem! Levanta-te que Ele chama!’, está a ser marcada pela adaptação às contingências da pandemia. Para além da redução dos participantes, todos deverão apresentar obrigatoriamente certificado digital de vacinação ou de recuperação da doença e serão testados antes do início da missão e a meio da semana. Em caso de surgir algum caso positivo entre os voluntários durante a missão, a mesma será imediatamente encerrada.

A ‘Missão País’ é uma iniciativa universitária que começou com estudantes ligados ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, com 20 jovens, em 2003, e que se organiza e desenvolve a partir de várias faculdades de Portugal. Nela participam jovens de todos os credos e também quem não professa nenhuma religião. São semanas de apostolado e de ação social que decorrem durante três anos consecutivos no período de interrupção de aulas entre o primeiro e o segundo semestres, divididas em três dimensões complementares – externa, interna e pessoal – em que o primeiro ano consiste no “acolhimento”, o segundo na “transformação e o terceiro no “envio”.

No caso do Algarve, a região acolherá este ano quatro das 63 missões que decorrerão por todo o país. Para além da missão em Boliqueime, regressarão ainda as missões de Alcoutim, de 20 a 27 deste mês, e as de Monchique e de Sagres, estas duas também de 27 de fevereiro a 6 de março.