Em entrevista à FOLHA DO DOMINGO, Daniela Luz conta que já conseguiram encontrar 10 padrinhos algarvios que se comprometeram com um subsídio mensal, no âmbito do contrato anual celebrado que pode ser renovável e que possibilita o acesso a bens essenciais (como farinha, arroz, feijão, óleo, açúcar ou sabão) para a família da criança apadrinhada.

A jovem, educadora social, explica que cada padrinho paga trimestralmente 75 euros, valor que depois é dividido por mês e enviado para os responsáveis pela gestão desta verba que também recebem um “pequeno incentivo” para que possam “trabalhar com entusiasmo no projeto”. “De três em três meses recebemos um feedback dos responsáveis acerca do modo como está a decorrer o projeto. Relatam-nos como está cada criança e enviam-nos fotografias, também para os padrinhos poderem ir acompanhando e sentirem entusiasmo com o projeto”, refere Daniela Luz.

A missionária explica que as crianças, utentes do Centro de Nutrição, assim que têm alta provavelmente serão reincidentes. “Se eram subnutridas por passarem fome, não é de um dia para o outro que essa realidade se altera”, evidencia, justificando a emergência do apoio.

Daniela Luz lembra que visitou as casas das crianças beneficiárias para “perceber quais as que tinham mais necessidades” e adianta que, brevemente, irão iniciar outro projeto do mesmo tipo, para mais 10 crianças, que visará o apoio escolar. “Serão cerca de 15 euros mensais para ajuda de outras crianças”, salienta.

Quanto a outros projetos, a jovem não descarta a possibilidade de ele ocorrem, embora diga que serão realizados “por etapas”. “Priorizamos agora este projeto e depois faremos uma nova análise até porque queremos voltar lá”, acrescenta.

Entre as possibilidades de apoio está o envio de material para a futura maternidade do Centro de Saúde e equipamento tecnológico para o Instituto de Deficientes Visuais.

Samuel Mendonça