O centro noturno da cidade compreende um conjunto de ruas fechadas ao trânsito – sendo uma delas conhecida há anos como a “Rua do Crime” -, onde convivem bares, discotecas e residentes, na sua maioria idosos.

Vidros de janelas partidos, pinturas nas paredes, garrafas e dejetos espalhados à porta de casa compõem o cenário habitual de quem ali vive e luta contra um problema que se arrasta desde que ali se fixaram os noctívagos, há mais de 20 anos.

Um grupo de moradores e comerciantes com quem a Lusa falou e que preferiu não se identificar relata que tem visto de tudo: sexo, consumo de droga e episódios de violência que chegam a manchar calçadas e paredes de sangue.

“Quanto os bares fecham isto mete medo”, desabafa um morador, que diz que a partir das três, quatro da manhã – quando encerram a maioria dos estabelecimentos -, as ruas se enchem de gente que só arreda pé dali já de manhã.

Os moradores passam muitas noites sem dormir e nem se atrevem a pedir silêncio, tendo alguns optado por colocar grades nas janelas para se sentirem mais seguros já que, dizem, “nem sempre se vê a polícia”.

Em declarações à Lusa, o comandante da PSP de Faro, Victor Rodrigues, admite que é impossível “ter um polícia à porta de cada bar”, mas garante que a criminalidade naquela zona tem diminuído desde que o patrulhamento foi reforçado.

Segundo aquele responsável, nas noites mais problemáticas – quintas, sextas e sábados -, existe em permanência na zona uma equipa do Corpo de Intervenção da PSP com 10 a 12 homens ou da Brigada de Intervenção Rápida, com oito elementos.

“O barulho e o vandalismo nem sempre conseguimos controlar mas a criminalidade violenta e grave diminuiu e não nos têm chegado denúncias crime”, refere Victor Rodrigues, sublinhando que a maioria dos noctívagos são estudantes universitários.

De acordo com dados da PSP, desde o início do ano até ao final de maio, comparativamente com o mesmo período de 2010, a criminalidade violenta diminui 25 por cento na cidade de Faro.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Faro admite que tem havido muitas situações de incumprimento de horários e normas acústicas dos estabelecimentos de diversão noturna, mas promete maior fiscalização.

“Queremos melhorar a iluminação, os pavimentos, a fiscalização e provavelmente reduzir os horários de funcionamento dos bares pois as pessoas têm todo o direito a descansar”, refere.

Lusa