A Direção-Geral do Património Cultural vai propor ao ministro da Cultura a classificação como Tesouro Nacional do mosaico romano do deus Oceano, que integra o acervo do Museu Municipal de Faro, indica o Diário da República na passada segunda-feira.

O mosaico foi encontrado em 1976 durante obras numa moradia junto à estação dos caminhos-de-ferro de Faro e pensa-se que poderá ter sido o pavimento de um edifício público, sugerindo que a outrora cidade de Ossónoba tinha uma área comercial para além do centro (atual cidade velha).

Datado do final do século II, a peça, que é o ‘ex-libris’ do museu da cidade, deverá ser o mosaico daquela época mais bem conservado a sul do país, uma vez que foi possível recuperá-lo quase na sua totalidade, estando desde 2014 exposto numa sala remodelada que relata a época de prosperidade e poder comercial que a cidade vivia.

De acordo com o anúncio do Diário da República publicado na segunda-feira, “é intenção da Direção-Geral do Património Cultural propor ao Ministro da Cultura a classificação como de interesse nacional (BIN) – Tesouro Nacional – do mosaico romano do deus Oceano, incorporado no acervo do Museu Municipal de Faro”.

Os interessados poderão agora pronunciar-se num prazo de 30 dias úteis, estando os elementos relevantes do projeto de decisão disponíveis na página eletrónica da Direção-Geral do Património Cultural para consulta.

A sala remodelada onde se encontra a peça – financiada por cinco mecenas -, tem como peça central o mosaico, mas conta também a história dos primórdios, apogeu e declínio de Ossónoba, nome que os romanos davam à cidade.

O museu municipal de Faro foi o primeiro museu do Algarve e abriu ao público em 1897.