O contacto com a população sobre os riscos da prospeção de petróleo ao largo de Aljezur foi o principal objetivo da vigília que o Movimento Algarve Livre de Petróleo (MALP) realizou na sexta-feira em Loulé, disse um dos organizadores.
João Eduardo Martins integra o movimento e fez um balanço da vigília realizada junto à Câmara da cidade algarvia, afirmando que a ação não tinha como principal objetivo atingir uma participação elevada, mas sim assinalar a oposição do MALP à aprovação, pelo Parlamento, de projetos de resolução do PS e do PSD que permitem continuar a prospeção de petróleo ao largo de Aljezur.
A mesma fonte disse que a cerca de meia dúzia de elementos do MALP colocaram cartazes junto às paredes do município a apelar à paragem da prospeção na zona de Aljezur e encetaram contactos com a população que passava no local para dar conta da “duplicidade” que muitos autarcas, sobretudo do PS, têm tratado este assunto.
“Queremos mostrar o nosso descontentamento pelo facto de o Governo do PS, depois de os autarcas, a Região de Turismo do Algarve, os empresários, as associações e movimentos da região se terem manifestado contra, ter autorizado a prospeção de petróleo em Aljezur”, afirmou José Eduardo Martins.
O elemento do MALP observou também que, “há poucos dias, na Assembleia da República, PS e PSD tenham aprovado a continuação da prospeção de petróleo no país e também em Aljezur” e disse que o movimento saiu à rua “para tentar impedir essa catástrofe para a região”.
“Há aqui uma duplicidade, em que os presidentes de Câmara, por exemplo, se manifestam contra a exploração junto das populações, mas depois não fazem pressão junto do Governo de António Costa”, criticou João Eduardo Martins, recordando que, no tempo do Governo de coligação PSD/CDS-PP, tinham uma voz ativa contra a prospeção de petróleo no Algarve.
A mesma fonte apontou o caso do presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, que “não se tem silenciado sobre a prospeção e exploração de petróleo no Algarve e não tem usado da palavra, e muito menos junto do Governo de António Costa, para que isto pare imediatamente”.
“Esta aprovação por parte de PS e PSD na Assembleia da República tudo leva a crer que é uma porta aberta para as petrolíferas escavacarem as costas do Algarve e do Alentejo por inteiro”, disse ainda a mesma fonte, que excetuou o autarca de Aljezur, José Amarelinho, desta “conivência” com o Governo, ao ser “um dos que mais se opuseram” à prospeção petrolífera ao largo do seu concelho.