O município de Silves – que revindica ser o “maior embaixador” da laranja no país – apresentou na passada sexta-feira a ‘Rota da Laranja’, um projeto que quer dar a conhecer aos visitantes um território com história, tradição e costumes e potenciar a economia local.
Segundo a autarquia – que arroga para Silves o título de «Capital da Laranja» por ter 60% da produção do citrino na região e 40% no país – a nova rota tem entre os objetivos “posicionar-se como um produto de turismo sustentável, diversificar a oferta turística, valorizar os produtos regionais, potenciar o desenvolvimento local, preservar o património imaterial e atenuar os efeitos de sazonalidade”.
Na apresentação que teve lugar na Quinta de Santo Estêvão, a presidente da Câmara Municipal – que ali plantou uma laranjeira da variedade Valência Late (D. João) – disse que o concelho estava a precisar de uma ferramenta que pudesse ajudar quem o visita e explicou que o projeto surgiu na sequência de um caminho que tem vindo a ser realizado naquela área com o envolvimento dos produtores locais.
“Na ‘Mostra da Laranja’ pretendemos que esses produtores pudessem trocar informações, nomeadamente sobre os fitofármacos, maquinaria, algumas pragas que possam vir de outros países, mas ainda não era suficiente. Daí nasceu a «Capital da Laranja», mas tínhamos que dar mais às pessoas. Tínhamos de demonstrar aquilo que temos no nosso território”, afirmou Rosa Palma, acrescentando tratar-se de “uma forma diferente de conhecer” o concelho que tem quase 700 quilómetros quadrados, de São Marcos da Serra a Armação de Pêra.
A autarca sublinhou que a ‘Rota da Laranja’, que visa “contar histórias” da serra ao mar, quer ajudar a conhecer o património como a Casa Museu João de Deus ou o Museu do Traje de São Bartolomeu de Messines. “Não é à toa que o concelho de Silves, a nível do Algarve, é o que o tem mais património classificado. É essa história, em conjunto com a nossa laranja, que se quer dar a conhecer”, frisou.
A rota permite que o visitante personalize e customize a sua experiência com a escolha diferentes percursos segundo a sua conveniência e objetivos. Paulo Lourenço, chefe de divisão da cultura, turismo e património da autarquia, destacou que a “grande inovação” do projeto está no cruzamento de três dimensões: “a valorização do território, a demonstração daquilo que é o património material e imaterial e o recurso a novas tecnologias”.
Em matéria de tecnologia, a rota inclui uma aplicação que permite ao utilizador usufruir de experiências de realidade virtual e realidade aumentada com personagens que contam a história e curiosidades do concelho ou a visão aérea de 360 graus sobre determinadas localizações onde se posicione o visitante.
A rota inclui ainda um planeador de viagem (travel planner) que permite ao visitante escolher as datas e os percursos que poderão incluir a visita às explorações agrícolas. Na Quinta de Santo Estêvão, com cerca de 8 hectares de citrinos, os visitantes, para além de poderem apanhar laranjas para levar para casa ou fazer sumo no final do percurso, poderão ainda realizar passeios a cavalo ou de charrete.
Em declarações à comunicação social, a presidente da câmara não precisou os valores do investimento. “Não chegámos a valores exorbitantes. 100 mil euros não chega. E quando se trata de investimento há sempre um retorno e é para os locais. Por isso, não vejo como um gasto, mas mais como um investimento”, disse apenas Rosa Palma, garantindo que a autarquia irá monitorizar esse retorno junto dos parceiros.
Na sexta-feira, a apresentação incluiu ainda uma degustação de gastronomia e doçaria com laranja.